Mostrar mensagens com a etiqueta memórias paroquiais 1758. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta memórias paroquiais 1758. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Memórias Paroquiais de 1758: perguntas


Interrogatório ou inquérito a que os párocos responderam:

"1. Em que província fica, que bispado, comarca, termo e freguesia pertence?

2. Se é d'el-rei, ou de donatário, e quem o é ao presente?

3. Quantos vizinhos tem e o número das pessoas?

4. Se está situada em campina, vale, ou monte, e que povoações se descobrem dela, e quanto dista?

5. Se tem termo seu, que lugares ou aldeias compreende, como se chamam, e quantos vizinhos tem?

6. Se a paróquia está fora do lugar, ou dentro dele, e quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia, todos pelos seus nomes?

7. Qual é o orago, quantos altares tem, e de que santos, quantas naves tem; se tem irmandades, quantas, e de que santos?

8. Se o Pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação é, e que renda tem?

9. Se tem beneficiados, quantos, e que renda tem, e quem os apresenta?

10. Se tem conventos, e de que religiosos, ou religiosas, e quem são os seus padroeiros?

11. Se tem hospital, quem o administra, e que renda tem?

12. Se tem casa de Misericórdia, e qual foi a sua origem, e que renda tem; e o que houver notável em qualquer destas cousas?

13. Se tem ermidas, e de que santos, e se estão dentro, ou fora do lugar, e a quem pertencem?

14. Se acode a eles romagem, sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes?

15. Quais são os frutos da terra que os moradores recolhem em maior abundância?

16. Se tem juiz ordinário, etc., câmara, ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta?

17. Se é couto, cabeça de concelho, honra, ou beetria?

18. Se há memória de que florescessem, ou dela saíssem, alguns homens insignes por virtudes, letras, ou armas?

19. Se tem feira, e em que dias, e quantos dura, se é franca ou cativa?

20. Se tem correio, e em que dias da semana chega e parte; e, se o não tem, de que correio se serve, e quanto dista a terra onde ele chega?

21. Quanto dista da cidade capital do bispado, e quanto de Lisboa, capital do reino? Se tem algum privilégio, antiguidades, ou outras cousas dignas de memória?

22. Se há na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa célebre, e se as suas águas tem alguma especial qualidade?

23. Se for porto de mar, descreva-se o sítio que tem por arte ou por natureza, as embarcações que o frequentam e que pode admitir?

24. Se a terra for murada, diga-se a qualidade de seus muros; se for praça de armas, descreva-se a sua fortificação.

25. Se há nela, ou no seu distrito algum castelo, ou torre antiga, e em que estado se acha ao presente?

26. Se padeceu alguma ruína no terramoto de 1755, e em quê, e se está reparado?

27. E tudo o mais que houver digno de memória, de que não faça menção o presente interrogatório?

Na segunda parte pretende-se saber o seguinte sobre a serra:

1. Como se chama?

2. Quantas léguas tem de comprimento, e quantas de largura; onde principia, e onde acaba?

3. Os nome dos principais braços dela?

4. Que rios nascem dentro do seu sítio, e algumas propriedade mais notáveis delse; as partes para onde correm, e onde fenecem?

5. Que vilas e lugares estão assim na serra, como ao longo dela?

6. Se há no seu distrito algumas fontes de propriedades raras?

7. Se há na serra minas de metais, ou canteiras de pedra, ou de outros materiais de estimação?

8. De que plantas, ou ervas medicinais é a serra povoada, e se se cultiva em algumas partes, e de que géneros de frutos é mais abundante?

9. Se há na serra alguns mosteiros, igrejas de romagem, ou imagens milagrosas?

10. A qualidade do seu temperamento?

11. Se há nela criações de gados, ou de outros animais, ou caça?

12. Se tem alguma lagoa, ou fojos notáveis?

13. E tudo o mais que houver digno de memória?

E sobre os rios que passarem na terra, procura-se saber:

1. Como se chama, assim o rio, como o sítio onde nasce?

2. Se nasce logo caudaloso, e se corre todo o ano?

3. Que outros rios entram nele, e em que sítio?

4. Se é navegável, e de que embarcações é capaz?

5. Se é de curso arrebatado, ou quieto, em toda a sua distância, ou em alguma parte dela?

6. Se corre de norte a sul, se de sul a norte, se de poente a nascente, se de nascente a poente?

7. Se cria peixes, e de que espécie são os que traz em maior abundância?

8. Se há nele pescarias, e em que tempo do ano?

9. Se as pescarias são livres, ou de algum senhor particular, em todo o rio, ou em alguma parte dele?

10. Se se cultivam as suas margens, e se tem muito arvoredo de fruto ou silvestre?

11. Se tem alguma virtude particular as suas águas?

12. Se conserva sempre o mesmo nome, ou o começa a ter diferente em algumas partes, e como se chamam estas, ou se há memória de que em outro tempo tivesse outro nome?

13. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sítio em que entra nele?

14. Se tem alguma cachoeira, represa, levada, ou açudes que lhe embaracem o ser navegável?

15. Se tem pontes de cantaria, ou de pau, quantas e em que sítio?

16. Se tem moinho, lagares de azeite, pisões, noras ou outro algum engenho?

17. Se tem algum tempo, ou no presente, se tirou ouro das suas areias?

18. Se os povos usam livremente das suas águas para a cultura dos campos, ou com alguma pensão?

19. Quantas léguas tem o rio, e as povoações por onde passa, desde o seu nascimento até onde acaba?


20. E qualquer outra cousa notável que não vá neste interrogatório."





quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Memórias Paroquiais de 1758












Ruivães nas Memórias Paroquiais de 1758


RUIVÃES, BRAGANÇA

NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Documento simples Documento simples
CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/TT/MPRQ/32/175
TIPO DE TÍTULO
Formal
DATAS DE PRODUÇÃO
1758 A data é certa a 1758 A data é certa
DIMENSÃO E SUPORTE
7 p.
COTA ATUAL
Memórias paroquiais, vol. 32, nº 175, p. 1061 a 1067
NOTAS
Última página em branco.

Retirado daqui: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4241535

Ruivães nas Memórias Paroquiais de 1758

"DICIONÁRIO GEOGRÁFICO DE PORTUGAL, TOMO 32, R 2"

NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Unidade de instalação Unidade de instalação
CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/TT/MPRQ/32
TIPO DE TÍTULO
Atribuído
DATAS DE PRODUÇÃO
1758 A data é certa a 1758 A data é certa
DIMENSÃO E SUPORTE
1 vol. (543 p.)
SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO
As memórias estão numeradas de 92 a 180. As páginas estão numeradas de 547 a 1089.
COTA ATUAL
Memórias paroquiais, vol. 32
TIPO U.I.
Outro
EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE CÓPIAS
Cópia microfilmada. Portugal, Torre do Tombo, mf. 750

Retirado daqui: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4241449

Memórias Paroquiais

NÍVEL DE DESCRIÇÃO

Colecção Colecção
CÓDIGO DE REFERÊNCIA

PT/TT/MPRQ
TIPO DE TÍTULO

Atribuído
DATAS DE PRODUÇÃO

1722 A data é certa a 1832 A data é certa
DIMENSÃO E SUPORTE

44 vol.; papel
HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVÍSTICA

Um aviso de 18 de Janeiro de 1758 do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, fazia remeter, através dos principais prelados, e para todos os párocos do reino, os interrogatórios sobre as paróquias e povoações pedindo as suas descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas, e administrativas, para além da questão dos estragos provocados pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. As respostas deveriam ser remetidas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino. 

As respostas ao inquérito terão sido levadas para a Casa de Nossa Senhora das Necessidades, em Lisboa, da Congregação do Oratório, para serem trabalhadas pelo Padre Luís Cardoso (?-1769). O ex-libris existente na maioria dos volumes confirma esta custódia. O índice terá sido elaborado ou concluído no ano de 1832, data que apresenta. Passaram depois para a Biblioteca da Ajuda depois da extinção das ordens religiosas, seguindo para o Depósito Geral das Livrarias, no antigo Convento de São Francisco da Cidade, e daí para a Torre do Tombo entre os anos de 1836 e 1838. 

As datas desta história custodial são incertas, mas encontra-se registado em livro do Ministério do Reino o ofício de 17 de Março de 1843, de D. Manuel de Portugal e Castro (vedor da Casa Real) reclamando como pertencentes à Biblioteca Real os 44 volumes que formam a colecção dos apontamentos para o dicionário geográfico de Portugal, reunidos pelo Pe. Luís Cardoso. Na sequência, surge a Portaria de 21 de Março de 1843 do Ministério do Reino para a Torre do Tombo, inquirindo sobre a existência dessa colecção neste arquivo, para onde tinha sido conduzida pelo Dr. António Nunes de Carvalho (guarda-mor da Torre do Tombo entre 1836 e 1838), retirando-a do Depósito Geral das Livrarias dos extintos conventos. A resposta dada pela Torre do Tombo, a 27 de Março do mesmo ano, confirmou a existência dessa colecção, referindo que não devia sair do arquivo, porque não era propriedade particular, mas sim o resultado de uma diligência que o Governo mandara fazer.
ÂMBITO E CONTEÚDO

Esta colecção é constituída pelas respostas elaboradas pelos párocos ao interrogatório, através do qual se pretendia obter informações sobre as paróquias, abrangendo a totalidade do território continental português. Apesar de a exaustividade das respostas não ser constante, apresentam-se, na generalidade, de forma sequencial aos pontos do interrogatório (que está dividido em três partes relativas à localidade em si, à serra, e ao rio) fornecendo dados de carácter geográfico (localização, relevo, distâncias), administrativo (comarca, concelho, dimensão, e confrontações), e demográfico (número de habitantes), sendo possível obter informações sobre a estrutura eclesiástica e vivência religiosa (orago, benefícios, conventos, igrejas, ermidas, imagens milagrosas, romarias), a assistência social (hospitais, misericórdias, irmandades), as principais actividades económicas (agrícola, mineira, pecuária, feira), a organização judicial (comarca, juiz), as comunicações existentes (correio, pontes, portos marítimos e fluviais), a estrutura defensiva (fortificações, castelos ou torres), os recursos hídricos (rios, lagoas, fontes), outras informações consideradas assinaláveis (pessoas ilustres, privilégios, antiguidades), e quais os danos provocados pelo terramoto de 1755. 

Os volumes 42 e 43 contém apontamentos sobre múltiplas freguesias, elaborados pela mesma pessoa, provavelmente o Padre Luís Cardoso, incluindo algumas respostas originais de párocos, datadas de 1722, 1730 e 1732, e que deverão corresponder a um inquérito anterior ao de 1758. O volume 44 serve de índice à documentação.
SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO

Os volumes 1 a 41 estão ordenados alfabeticamente. Os volumes 42 e 43 constituem um suplemento, também ordenado alfabeticamente.
CONDIÇÕES DE ACESSO

Documentação acessível sob a forma de microfilme e digital.
CONDIÇÕES DE REPRODUÇÃO

Constantes no regulamento interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução de documentos, analisado, caso a caso, pelo serviço de reprografia, de acordo com as normas que regulam os direitos de propriedade da Torre do Tombo e a legislação sobre direitos de autor e direitos conexos.
INSTRUMENTOS DE PESQUISA

ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.

Guias e Roteiros: 

PORTUGAL. Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo. Direcção de Serviços de Arquivística - "Memórias Paroquiais". in Guia Geral dos Fundos da Torre do Tombo: Colecções, Arquivos de Pessoas Singulares, de Famílias, de Empresas, de Associações, de Comissões e de Congressos. Coord. Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha [et al.]; elab. Joana Braga; fot. José António Silva. Lisboa: IAN/TT, 2005. vol. VI. (Instrumentos de Descrição Documental). ISBN 972-8107-69-2. p. 39-42. Acessível no IAN/TT, IDD (L602/6). 

CARDOSO, Luís, (P.e) - Memórias Paroquiais do padre Luís Cardoso ou Dicionário Geográfico. [Manuscrito]. 1758. Acessível na Torre do Tombo, Lisboa, Portugal. (L. 321). 

Catálogos:

PORTUGAL. Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo - TTOnline [em linha]. Lisboa: IAN/TT, 2005- . [consult. 29 Dez. 2006]. Memórias Paroquias. Disponível em http://ttonline.iantt.pt
EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE CÓPIAS

Portugal, Torre do Tombo, Cópia de consulta em microfilme. Microfilmagem na totalidade. 

Cópia de consulta digital disponível em WWW: http://ttonline.iantt.pt e em http://www.fcsh.unl.pt/atlas2005/index1.html
UNIDADES DE DESCRIÇÃO RELACIONADAS

Portugal, Torre do Tombo, Ministério do Reino, Informações dos párocos sobre o terramoto em Lisboa, mç. 638. (PT-TT- MR)
NOTAS DE PUBLICAÇÃO
Existem inúmeras monografias de história local com a transcrição da notícia da freguesia respectiva, sendo apresentadas algumas que existem na Torre do Tombo: 
CAPELA, José Viriato, coord. - Braga triunfante ao tempo das Memórias Paroquiais de 1758. Braga: José Viriato Capela, 2002. ISBN 972-98662-1-X. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469.12) REF
CAPELA, José Viriato - Valença nas Memórias Paroquiais de 1758. Valença: Câmara Municipal, 2003. ISBN 972-97397-6-5. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 908 (469.111) REF
CAPELA, José Viriato, coord. - Fafe nas Memórias Paroquiais de 1758. Fafe: Câmara Municipal, 2001. ISBN 972-97998-3-0. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469.1) REF
CAPELA, José Viriato, pref.; ROCHA, Fernanda, pref. - Amares nas Memórias Paroquiais de 1758. [Braga: s. n., 2003]. ISBN 972-98662-2. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 94 (469)REF
CAPELA, José V., pref.; BORRALHEIRO, Rogério, pref. - Vieira do Minho nas Memórias Paroquiais de 1758. Vieira do Minho: Câmara Municipal, 2000. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469.1) REF
CAPELA, José V., compil.; SILVA, António Joaquim Pinto da, compil. - Vila Nova de Famalicão nas Memórias Paroquiais de 1758. Vila Nova de Famalicão: Câmara Municipal, 2001. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469.1)REF
CAPELA, José Viriato, coord. - As freguesias do distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758: memórias, história e património. Braga: [s.n.], 2007. ISBN 978-972-98662-3-4. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais: memórias, história e património. Braga: [s.n.], 2006. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
CAPELA, José Viriato, coord. - As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758: Alto Minho: memória, história e património. [S.l.]: Casa Museu de Monção; Universidade do Minho, 2005. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Braga nas Memórias Paroquiais de 1758: a construção do imaginário minhoto setecentista. Braga: [s.n.], 2003. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
COSTA, Maria Clara Pereira da - A vila de Avis cabeça da comarca e da ordem: séc. XVI a XVIII: tombos de direito, bens e propriedades. Lisboa: [s.n.], 1982 (Lisboa: Of. Gráf. Rádio Renascença). Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca SV 8860]
CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Viseu nas Memórias Paroquiais: memórias, história e património. Braga : [s.n.], 2010. ISBN 978-972-98662-5-8. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Aveiro e Coimbra nas Memórias Paroquiais: memórias, história e património. Braga : [s.n.], 2011. ISBN 978-972-98662-6-5. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito do Porto nas Memórias Paroquiais: memórias, história e património. Braga : [s.n.], 2009. ISBN 978-972-98662-4-1. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
CHORÃO, Maria José Mexia Bigotte - Inquéritos promovidos pela Coroa no século XVIII. Separata da Revista de História Económica e Social (1988). 
FERREIRA, J. A. Pinto - Antigo concelho de Freixo de Numão: Memórias Paroquiais do século XVIII. Lisboa: Associação Lisbonense de Proprietários, 1974. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca SV 7892]
PÁSCOA, Marta Cristina Relvas Janeiro - Memórias Paroquiais da vila de Moura e seu termo. Moura: Câmara Municipal, 2003. ISBN 972-8192-27-4. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 REF
PORTUGAL, Fernando; MATOS, Alfredo de - Lisboa em 1758. Lisboa: [s. n.], 1974 Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca SV 8968
SILVA, Joaquim Candeias da - O concelho do Fundão através das memórias paroquiais de 1758. [Fundão]: [Tip. Jornal do Fundão], 1993. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 94 (469.3) REF
MEMÓRIAS PAROQUIAIS: 1758: Vol.1 ABAÇÃO-ALCARIA. Introd, transcrição e índices João Cosme, José Varandas. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2009. 517 p. ISBN 978-989-658-000-1. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca 259 (469) REF
O concelho de Montemor-o-Novo nas Memórias Paroquiais de 1758. In "Almansor". Montemor-o-Novo: [s. n.]. v. 5 (1987) p. 147-184. Exemplar existente na Torre do Tombo, Biblioteca SV 9812
NOTAS

Nota ao campo dimensão e suporte: códices factícios 

Nota ao campo título: 

O título da colecção "Memórias Paroquiais"é um título consagrado pelo uso, e surge na maioria das monografias que utilizam ou transcrevem documentos desta colecção. No entanto, os volumes que constituem a colecção apresentam na lombada a designação de "Dicionário geográfico de Portugal" e o vol. 44 apresenta na página de rosto "Índice geografico das cidades, vilas e paroquias de Portugal conteudas nos 43 volumes manuscritos do Dicionário Geográfico existente na Biblioteca das Senhora das Necessidades". Os autores Fernando Portugal e Alfredo de Matos (In: Lisboa em 1758. Lisboa: [s.n.], 1974. p. 13) consideram que é um erro chamar-se Dicionário Geográfico de Portugal às Memórias Paroquiais, uma vez que as respostas dos párocos utilizadas para a elaboração do Dicionário Geográfico do Padre Luís Cardoso foram destruídas pelo terramoto de 1755.



retirado daqui: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4238720

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Ruivães nas Memórias Paroquiais de 1758











Freguesia de Sancto Martinho da Villa de Ruivaes.


Fica esta freguesia de São Martinho da villa de Ruivães na Província de Trás-os-Montes, e confontando immediatamente com a Província do Minho, pertencente à Comarca e Arcebispado de Braga, por estar no seu districto, de cuja freguesia, he cabeça, e matriz, esta mesma villa de Ruivães, termo da mesma.


Hé a dita vilia de Ruivães, de El Rei que Deos goarde, e se acha no limite da Serenissíma Caza de Bragança, sem que nela se conhecesse, em tempo algum, Donatário, e só sim Sua Magestade como Senhor della.

Tem a dita villa sessenta e oito vezinhos, e duzentos, e noventa e nove pessoas, não falando nas mais que estão dispersas pelos mais lugares da freguesia, os quaes abaixo se declararão, que por todas são oitocentas e sinquoenta pessoas de Sacramento.

Está situada em hum valle, sem que della se descubrão povoações, e só sim montes, e serras como ha da Cabreira, e passa da do Gerês.

Tem a dita villa de Ruivães seu termo, que comprehende os lugares seguintes: Quintã, que tem sete vezinhos; Valle, com quatorze vezinhos; Espindo, com vinte e oito vezinhos; Zebral, com vinte e nove vezinhos; Botica, com doze vezinhos; Santa Leocádia, com seis vezinhos; Soutêllos, com tres vezinhos; Frades, com quinze vezinhos; Campos, com trinta e sete vezinhos; Lama Longa, com vinte e nove; Linharelhos, com dez vezinhos; Caniçó, com quinze vezinhos; Fafião com vinte e tres vezinhos; Pincães com seis vezinhos; Ponte com hum vezinho; e Chã de Moinho com dous vezinhos; que por todos os vezinhos, que tem o dito termo, são trezentos e sinco.


Está a Paróchia e igreja matriz desta villa e freguesia de São Martinho da villa de Ruivães, na entrada da mesma vilia, vindo da parte do concelho da villa de Montalegre, e tem os lugares seguintes: Quintã: Valle; Espindo; Zebral; Botica; Santa Leocàdia; Soutellos e Frades.

He o Orago da dita Igreja matriz, São Martinho de Ruivaes, cuja Igreja tem sete altares, a saber, o altar mor, e seis colleteraes; no altar mor está collocado o Santíssimo Sacramento e a imagem do Santo do Orago; e os colleteraes, hum he de Nossa Senhora do Rozário, outro he do Santo Nome de Deos outro he de São Domingos outro he das Almas outro he de Sao Bartolomeu e outro he de sao Sebastiao; e na mesma Igreja ha a Irmandade das almas, e nenhua outra.

Hé Reitor o Parocho da dita Igreja, e da apresentação do Reitor da Santa Maria de Veade e tem de renda hum anno por outro duzentos mil réis.

Não tem Beneficiados, nem conventos de Religiosos ou Religiosas, nem Hospital, nem Caza de Misericórdia.

Tem esta vilia dentro em si tão somente hua Cappella particular do Cappitão mor da mesma, com a invocação de Nossa Senhora da Conceição e fora da mesma villa pegado quasi a ella, ha outra de Sancto Amaro, e mais desviado della, outra de São Christovão. E no lugar de Espinho outra de Santa Isabel, e no lugar de Zebral outra de São Pedro, e no lugar da Botica outra de Nossa dos Remédios, e no lugar de Frades outra de São Paio e nella também estão a Senhora do Amparo e São José, as quaes não são particulares, menos a da Senhora da Conceição, como já disse.

Não há romagens alguas a Santos, ou a capelas e ermidas desta villa ou cappellas da dita freguezia, sendo tão somente ao glorioso São Bartolomeu collocado esta igreja matriz, com o seu dia de vinte e quatro de Agosto, aonde concorrem muitas pessoas tão somente das freguesias circunvizinhas, e tam alguàs do Reino de Galiza, que estas e ainda muitas das outras vem a comprar sal, que ali vem em carros da beira mar.


Os fructos que nessa freguesia se recolhem em maior abundancia, he milho grosso, a que chamão mais, e miudo ou por outro nome albo, e tambem centeio, ainda que este he mais pouco; e juntamente se recolhe vinho de enforcado bastantemente verde, e àspero, com suficiente quantidade: excepto o do lugar de Frades desta freguesia, que esse he muito bom na qualidade de verde por ficar em hua ribeira; porém nos lugares de Zebral e Botica, se não colhe vinho algum. Produz muito bem castanha esta freguesia mas colhe-se muito pouco azeite.


Há juiz ordinário nesta villa de Ruivães, e Camera cujos officiaes, e juiz são elleitos por elleição de pilouros de tres em tres annos, por elleição que vem fazer o Doutor Ouvidor de Bragança, que remette a Sua Magestade que Deos goarde, e depois vem do dito Senhor elleição cada anno, dos que hão de servir os ditos cargos, e a nenhuà outra justiça estão sujeitos, excepto ao dito Doutor Ouvidor e a este he tão somente por appresentação ou agravo.

Hé esta vilia cabeça de Concelho, e não Couto, nem Behetria.

Não consta que desta, ou seu termo florescessem ou dela sahissem homens insignes por virtudes, letras ou armas.

Alguns annos passados houve feira franca nesta villa, em o dia vinte e seis de cada mes, porem foi se extinguindo em termos que ja ha tempos a nao ha nem nisso se cuida. Nao ha correio nesta terra, e se servem os moradores desta, dos correios da Cidade de Braga, e do da villa de Guimares, que hum e outro distão desta villa seis legoas.

Dista esta villa seis legoas da Cidade de Braga capital deste Arcebispado e sessenta e seis de Lisboa capital deste Reino.

Não tem esta terra privilegio algum ou antiguidades, nem couza digna de memoria, sendo tão somente ser da Serenissíma Casa de Bragança.

E quando ao vigessimo 3.º, 24, 25, 26 e 27 interrogatorios (contheudos) quanto à terra, nada hà que dizer, por nada haver do que se pergunta, nem mais que declarar, a respeito da terra.

Qto a Serra

Ha hua que corre por parte do lemite desta freguesia a que chamão a Serra da Cabreira a qual he muito alta no dito lemite, que de muita parte della se descobre o mar que fica distante della honze legoas.

Tem seu principio na Cruz de Real freguesia de São Julião de Taboaços, Concelho de Vieira, e chega à freguesia de Santa Maria de Salto, e tem de cumprido oito legoas, e de largura meia legoa em partes e em outras hua, pouco mais ou menos.


Nasce na lemitte da dita serra no sitio do Marco do Touro freguesia de Salto hum regato que corre de nascente ao poente, e dipois vai fender no lemitte desta freguesia de Ruivães ao Rio Câvado, inclinado ao norte o dito fenecimento, sem que o dito regato seja navegàvel, por ser como he pequeno e dispenhado.


Tem a dita serra ao longo desta da parte desta freguesia, tão somente o lugar de Zebral, e o de Espinho; e não consta que nesta haja fontes de propriedade rara, nem minas de metaes canteiros de pedras, ou outros materiaes de estimaçao.


He a dita serra tão somente povoada de matos, urzes, carqueija e carvalhos, sem que conste tenha ou produza outras plantas e ervas medicinais, e com alguã parte dela se fazem cavadas para centeio, que he unicamente o fructo, ainda que pouco, que nesta se colhe, e não hà nella mMosteiros, igrejas, ou imagens milagrosas.


Hé a dita serra de seu temperamento muito fria, aonde, por alta asenta mais a neve e nesta perdura muito tempo, principalmente no lemitte desta freguesia.


Nesta pastão muitos gados grandes, como bois e vacas, e tambem miudos como cabras e ovelhas, e no tempo do Verão nella dormem muitos dos ditos gados grandes e tambem nesta hà muitas perdizes, coelhos e alguns lobos que nesta tambem aonde se esconderam e criaram, e tambem alguns javalizes; e nella não hà lagôa algua, somente há nella hum fojo no lemitte desta freguesia a que chamão o fojo do Confurco, e mais dous no sitio de Chão de Pereiro lemitte do Concelho desta villa de Ruivães, aos quaes chamão os fojos de Bragâdos, que hum destes he pertencente aos moradores deste concelho, e o outro que està para a parte do poente, he dos moradores do concelho de Vieira, ainda que está no lemitte desta villa de Ruivães.


E não há mais que dizer quanto à Serra.

Quanto ao Rio


Passa ao longo desta freguesia de Ruivães hum rio, a que chamão o Cávado, que corre de nascente ao poente o qual nasce e tem seu principio no lugar de Codeçozo freguesia de Meixedo concelho da vilia de Montealegre desta Provincia de Trás os Montes, e distante desta villa seis legoas o dito nascimento.

No enquanto ao dito rio se não juntão outros regatos, não he caudalozo, porém dipois que nelle se junta o regato que vem de Pisões e entra no dito rio Câvado na freguesia de Parada de Outeiro, e o regato que vai da Mizarêlla que entra no dito rio Câvado entre esta freguesia e a de Santa Marinha de Ferrel, desde este sitio corre caudalozo e arrebatado por se ter congrossâdo com os ditos regatos, o qual corre todo o anno.

Não he navegável, nem capaz de embarcações, por ser despinhado em partes e em outras muitos fraqueados, e somente em alguns sitios se usa de barco para passar a gente de huà para outra parte.

Hé de curso arrebatado principalmente desde que nelle invocão os dous regatos de Pisões, e Mizarella de que assima faço menção, e assim vai, no mesmo curso arrebatado the chegar ao sitio da ponte de Prado, que a hi vai já mais manso aquanto, por ser terra mais cham e sitio mais largo.
Corre o dito rio, de nascente ao poente em toda a sua distancia.

Cria este rio muitos peixes, como são vôgas, escallos, trutas em quantidade e de bom tamanho, desde o seu nascimento the ao sitio de Parada de Bouro e ahi chegará já a vir lampreas, e salmões, os quaes se tem jà pescado no mesmo rio mais assima e por baixo desta freguesia de Ruivães.

Não há nelle pescarias nesta freguesia, nem nas immediatas ao pé della, só sim curiosos que usa da cana e chumbeira, trelhos, e algua rede de barrer para caçar os ditos peixes, não sendo nos meses prohibidos por direito.

Nesta freguesia, nem nas immediatas por onde passa o dito rio, não he este coutado por pessoa algua, mas sim para quem quizer caçar nelie por todo este.


Não tem o dito rio margens que se cultivem desde que nasce the que finaliza no mar, nem também arvoredo de fructos ou silvestre, nem as agoas delle tem virtude particular.


Sempre o dito rio teve, como tem o nome de Câvado.


Corre este rio Cãvado no mar na barra da villa de Esposende e de São Paio de Fão.


Neste sitio de Ruivães, e daqui para sima, e para baixo the ao sitio da Parada de Bouro distante tres legoas desta freguesia, não pode ser navegável pelos muitos fraguedos que tem e cachoeiras, que impedem o ser navegável, e ainda que os não tivesse só o podia ser barcos, por ser estreito e incapaz de embarcações maiores.


Tem o dito rio duas pontes de pedra em todo elle, hua na villa de Prado, e outra na villa de Barcellos, e hua de pão no lugar e freguesia de Fiães do rio, outra na da Villaça, e não tenho noticia de outra mais alguà.


Nesta freguesia de Ruivães lemitte della não tem o dito rio moinhos, lagares de azeite, noras, ou outro engenho algum.


Em nenhum tempo se tirou ouro das arêas do dito rio.


No enquanto o dito rio corre despinhado the Parada de Bouro, não se uza das suas agoas para a cultura dos campos, por se não poder tirar agoa para elles.


Tem o dito rio de distancia desde o seu nascimento, the que desinvoca no mar, desasete legoas, e passa pella villa de Prado, e pella villa de Barcellos, e por São Paio de Fão, que fica abaixo desta freguesia de Ruivães.

He o que posso informar, e o que averigoei na presente materia e por verdade que asigno aqui com os Reverendos Parocos vezinhos de S. Gens de Salamonde e de S. Vicente de Campos.


S. Martinho da Villa de Ruivães de Maio 23 de 1758.

O Reitor de Ruivães, o padre Miguel Barroso Dias.

Francisco Xavier Ferreira de Azevedo, o abade de S. Gens de Salamonde Francisco Xavier Ramos.




Para ler o texto na integra: (http://docs.google.com/Doc?id=ddgcwp8m_2gtmbrcds)




Actualizado em 22 de Outubro de 2014: inclusão do texto na íntegra. Na anterior plataforma não cabia no artigo, daí se ter colocado a ligação para o documento anexo.