segunda-feira, 3 de julho de 2006

Apontamento

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Não é função deste sítio criticar por criticar a actuação de uma qualquer entidade e até tentamos evitar, mas às vezes tem mesmo que ser, tal é situação com que nos deparamos.


No caminho que liga a Botica a Ruivães são muitos os buracos na calçada recentemente colocada que estão sem qualquer tipo de protecção (como este que está tapado pelas ervas) e que põem em risco quem por lá caminha; bem como as ervas que se amontoam pelas bordas dos caminhos e que impedem uma livre circulação.


Esperamos que esta situação seja reposta brevemente, até porque é o caminho que dá o acesso principal ao Cemitério de S. Cristóvão e é pena estar assim tão maltratado.


 

quinta-feira, 22 de junho de 2006

As nossas bandeiras 8


 


Frades - 30 Abril 2006.

Ruivães

Com o olhar sobre a Serra da Cabreira, sentada no sopé da montanha que, ficticiamente construo, solto asas à imaginação e deixo-me conduzir por ela.


Neste estado de pensativa errante, uma questão brota, mais pertinente que as demais: falar num lugar é falar das suas gentes!


Numa viagem pelo tempo, recordo a infância, os percursos a fazer para a escola, por caminhos enlameados e cheios de salamandras. Vejo os campos a serem cultivados por diferentes gerações e amigos que da mesma sorte que eu não gozavam, impedidos de irem à escola.


As histórias contadas ao serão pelos mais velhos fazem-me, ainda hoje, viajar por épocas que desconhecia.


Lembro-me, particularmente, da história de Manuel, que não sendo ruivanense de gema, fez desta terra a sua. Fugido da Guerra Civil Espanhola aqui assentou arraiais e fez família. Com contactos em Espanha, sempre que subia aos montes para guardar os rebanhos que por lá se manteriam durante o Inverno, trazia da raia (o que era crime) cordas, sacholas, cordões e outros a quem tais favores lhe suscitava.


Histórias de fome e de vida! Numa altura em que tudo escasseava e nada era de desperdiçar, pagava-se a côngrua e sob o olhar atento da PIDE escamoteavam-se os passos.


E nas horas que se pensavam mortas seguiam pela ponte de Frades (Misarela) ouvindo a melopeia das águas, no encalço de conseguirem trazer para casa um naco a mais.


Bastava querer e sob a suposta bênção divina ou política fazia-se, como refere Bento da Cruz, na obra “Lobo Guerrilheiro”: “Chegou-me há pouco a informação de que, a pedido do Padre Júlio de Ruivães, capelão do Paiva Couceiro, aquando do ataque a Chaves, a quem o Tinente obedece como um podengo, foram destruídos os tanques da povoação de Chelo (…)”


Aldeias como Tourém, Vila da Ponte, Parada e Ruivães acolheram “clandestinamente” elementos da frente que se opunha ao regime franquista, que tantos crimes hediondos perpetrou.


Uma terra de apelidos pouco habituais que nos devem suscitar curiosidade e indagação como: Gil, Bárbara, Malaínho e Fraga entre outros, povoaram a nobre Ruivães, deixando-a hoje num estado de nostalgia. E se por nostalgia entendermos a ânsia de regresso, a saudade de volver a sua áurea, então é nostálgico este fado!


Caída no esquecimento do edil vieirense e recordada apenas pelo matiz eleitoralista. Ponto estratégico, de gentes e costumes ímpares, o edil tem-na votado ao distanciamento temporal. E a torrente enlameada e sufocante da desertificação que impera, suscita de forma Nietzschiana a música dionisíaca de transmutação e transfiguração da realidade, mormente associada à ideia de vitalidade e apelo à afirmação trágica da vida: o de desejar continuar a viver sem falsos moralismos, acatando a dor e o sofrimento. Qual sentimento trágico que imana na totalidade que a vida é!


Milan Kundera uniria indelevelmente a sua voz neste sopro dizendo: “A gigantesca vassoura que transforma, desfigura, apaga paisagens, trabalha há milénios, mas os seus movimentos, outrora lentos, quase imperceptíveis, aceleraram-se tanto….!


 


 


Carla Silva

sábado, 17 de junho de 2006

Sobre "O Mutilado de Ruivães"

Sobre “O Mutilado de Ruivães”



Pediu-me, a minha filha Carla, que tecesse algumas considerações sobre a obra. Que o fizesse sem grandes alegações, de forma simples e resumida.

Não quis deixar de corresponder ao pedido, e aqui estou eu, desprovido de qualquer veia literária a tentar cumprir com as minhas obrigações de pai!...

Aos que lerem este arrazoado peço desculpa, prometendo-lhes que, caso não gostem, não os voltarei a incomodar. 



O que hei-de então eu dizer para além daquilo que os autores da obra disseram na respectiva Nota Prévia, que me atrevo aqui a reproduzir?

“A história das pequenas terras vai ficando esquecida diante de certos fenómenos sócio-económicos, derivados do urbanismo avassalador; apagam-se da lembrança dos homens os feitos dos seus antepassados; olvidam-se os fastos de outrora; morre a gesta da tradição, a prática das virtudes ancestrais, a nobreza dos bons costumes regidos na austeridade de princípios morais ainda hoje indiscutíveis, que foram as pedras com que se construiu a Nação, a fizeram grande e a levaram a expandir-se pelo Mundo. Morreu no coração dos homens a poesia que envolve as coisas belas que o Passado nos legou; secaram-se as fontes que nasciam da alma e corriam límpidas para o mar da fantasia e do sonho, mas que ajudavam a viver.”

A obra, da autoria de Mário Moutinho e A. Sousa e Silva, editada no início da década de oitenta do século passado, presenteia-nos com um romance tipicamente português, escrito na linha do Romantismo que marcou a primeira metade do século XIX, sendo simultaneamente um valioso reportório histórico das invasões francesas às lutas liberais.

É constituída por cinquenta e um capítulos, escritos ao longo trezentas e sessenta e duas páginas, sendo o primeiro um retrato paisagístico da antiga e nobre Vila de Ruivães, onde é evidenciado a sua importância no quadro administrativo e estratégico de Portugal da época, sendo nele destacado o envolvimento activo e participativo das gentes daquela terra na luta contra as invasões Francesas, nomeadamente o massacre a que sujeitaram os franceses na Ponte do Saltadouro, quando estes por ali transitavam nas suas deslocações em coluna militar. Este capítulo é completado com informações histórico-administrativas, sobre alguns monumentos de relevo, vias romanas que atravessavam a região, algumas crenças populares, etc..

Prossegue a obra com um romance … (1)



Deve-se então o título de “O Mutilado de Ruivães” à figura de Manuel Sobral, sendo que é nele que assenta todo o romance e é ao longo do mesmo, na sua participação na luta contra as invasões Francesas, que os autores fizeram várias incursões sobre aquele momento histórico e que muito bem deram a conhecer.

  A todos os naturais da freguesia de Ruivães em particular, e todos aqueles que se interessam e apreciam “a história das pequenas terras” em geral, aconselho uma leitura atenta à referida obra e convido-os a que se criem os movimentos necessários à reposição do valor estratégico e administrativo da antiga e nobre Vila de Ruivães, que foi sede de importante concelho até 1853, sendo uma das vilas mais antigas de Portugal, como cabeça de concelho até 1834 e pertencente à província de Trás-os-Montes.

Aos políticos em particular apelo que reflictam, se empenhem e exerçam a politica de forma desinteressada e eficaz, conduzindo acções governativas que proporcionem condições de vida condigna àqueles que optarem por continuar a dar vida às “muitas e nobres Vilas de Ruivães” espalhadas pelo país e que, tal como a nobre Vila de Ruivães, se encontram desertificadas, para que a Nota Prévia dos autores deixe de ter sentido.

Aos autores, que não conheci, o meu sincero agradecimento pelo que me ensinaram e pelo orgulho que me fizeram sentir como Ruivanense.



Fernando Silva



(1) Tomamos a liberdade de retirar três parágrafos a este texto, para que os que ainda não leram a obra não percam a vontade de o fazer.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

terça-feira, 13 de junho de 2006

 


Está actualizado o sítio do Ruivães Ciclo Club, desta feita com fotografias da participação de quatro "duros" no passeio BTT de Braga realizado no sábado dia 10.


 


 

sábado, 10 de junho de 2006


 


Como neste feriado nacional a Junta de Freguesia não colocou a bandeira nacional no sitio próprio, resolvemos mostrar uma que se encontra à entrada do centro da Vila de Ruivães, não porque hoje é feriado mas em sinal de apoio a nossa Selecção A de futebol que está na Alemanha a participar no Mundial 2006.


 


A propósito dessa participação, achamos que seria interessante colocar aqui fotos com as bandeiras colocadas às janelas dos Ruivanenses que estão espalhados por esse mundo fora, mas para tal precisamos do vosso contributo.


 


Hoje, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, enfim, dia de todos nós Ruivanenses, oriundos desta Vila encravada entre as serras da Cabreira e do Gerês, dizemos:


 


VIVA RUIVÃES, VIVA PORTUGAL!!!


 


E venham de lá essas fotos.

sábado, 27 de maio de 2006

Monumentos da Vila


Mais uma referencia à Vila de Ruivães no mundo da Internet, desta feita, relativamente aos monumentos nacionais existentes na nossa freguesia. São três e podem ser encontrados na página oficial da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, a saber: Pelourinho de Ruivães, Ponte da Misarela e Ponte da Rês (também conhecida entre nós como Ponte Velha de Ruivães).


Façam como nós e percam uns minutos nestas ligações que aqui deixamos, para redescobrirmos estas peças preciosas.


 


domingo, 21 de maio de 2006


— Afinal em que ficamos? Que é que quereis que eu vos conte?


— As viagens que antigamente se faziam daqui a Braga.


— Isso mesmo.


Falavam todos ao mesmo tempo, batiam palmas. Era um reboliço à volta da lareira.


— Está bem, eu conto. Mas quero-vos a todos quietinhos e calados.


Eles aquietavam-se. Ela continuava


— Daqui a Ruivães ia-se a pé ou a cavalo, ao longo de dúzia e meia de aldeias e outras tantas pondras, pontilhões e pontes manhosas.


E quantas léguas?


— Muitas! A direito, serão umas quinze. Mas pelos caminhos velhos, cheios de torcicolos, rampas e precipícios, bota lá para umas vinte bem puxadas.


— Em quantos dias?


— Um.


— Arre!


Mas era preciso sair alta madrugada, para chegar ao escurecer.


— Sem parar?


— Com pequenas pausas. Para comer e outras necessidades. Levava-se um merendeiro, rações de grão para os animais. Amesendava-se pelas estalagens, que tinham comes e bebes para os viajeiros, e estrebarias anexas para as cavalgaduras.


— E não tinham medo?


— Nunca foram assaltados?


— Felizmente não. Mas nem todos tiveram a mesma sorte. Onde quer aparecia uma cruz a pedir um Padre Nosso por alma de quem ali morrera. Estou a lembrar-me de uma à saída da Vila da Ponte, onde em tempos idos, assassinaram um homem da freguesia de Salto; e de uma outra à entrada da Ponte do Arco, hoje submersa pela albufeira da Venda Nova, onde os ladrões mataram um estudante de Calvão, que regressava de Coimbra a casa.


— Oh!!!


E a malta caiu num silêncio de meditação e horror. Logo desfeito por um mais impaciente.


— E em Ruivães saltavam para a diligência.


— Não, meu filho! Em Ruivães dormíamos.


— Nalgum palheiro?


— Em casa do Zé da Neta, num sobrado com cinco leitos, onde nos deitávamos dois a dois.


— Despidos?


— Não sejas maliciosa, que Jesus não gosta. Mulheres de saiote e corpete, homens em camisa e ceroulas.


— Toda a noite?


— Bosteve. À uma da manhã, tocava a cometa. Meia hora depois partia a mala-posta.


— Que era uma carruagem puxada a cavalos?


— Cinco. Duas parelhas e um à frente, o galera.


— A que velocidade?


— Mais ou menos uma légua por hora.


— Por esse andar...


As duas e meia parávamos em Salamonde, à porta do professor, para recolher a mala do correio, que ele atirava da janela para o tejadilho. Uma noite, com o sono (julgo eu, muito embora outros falassem em vinho) em vez da mala, atirou as calças...


— E depois?


— Viu-se em calças pardas com o correio-mor, que levou aquilo à conta de desfeita.


— Quantas pessoas transportava a diligência?


— A lotação eram dez. Seis dentro e quatro ao relento. Mas, se fosse caso disso, os Caniçós, que assim se chamavam os donos e boleeiros, metiam lá outros tantos. Em plano e ao baixo. Que nas subidas, não custava nada: os passageiros iam a pé. Os Caniçós gritavam; Folga ós cavalos! E toda a minha gente apeava. Assim acontecia logo a seguir à taberna da Maculina, no Sudro. Palmilhávamos a rampa do Cubo, das Gavinheiras, pela Senhora do Leite, até à capela de S. Brás, no Penedo. Daqui à Cruz de Real era mais ou menos plaino. Mas muita curva. Nas Cerdeirinhas matávamos o bicho e fazíamos transbordo para a diligência de Vieira, que nos levava à cidade, por Passadouros, Igreja Nova, Frades, Rendufinho, Arcas, Pinheiro Rita, Braga, onde apeávamos à porta do Gregório por volta das onze horas, meio-dia. Algum de vós já foi a Baga?           


— Não senhora!


— Pois se algum dia lá fordes e quiserdes saber onde era o Gregório, procurai a confeitaria Benamor, junto da Arcada. Era ali. Que mais quereis saber.



 


Tempo de ferias e de por a leitura em dia com um livro do escritor barrosão Bento da Cruz, mais um onde ele faz uma referencia a Ruivães e à importância que a Vila tinha em tempos antigos.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Informamos que as habituais actualizações desta página, feitas ao fim de semana, vão agora parar cerca de dois fins-de-semana, a menos que haja os tão ansiados contributos da V. parte, pois elas podem ser feitas de qualquer parte do mundo.


 


 


Até breve

domingo, 30 de abril de 2006

Carvalho de Zebral


Muitos não o saberão - mesmo Ruivanenses - mas este Carvalho centenário que está na entrada do lugar de Zebral, é considerado monumento nacional.

Fotos


 



 



 


 


Fotos da Serra da Cabreira, tiradas nesta manhã de domingo.


Continuação de bom fim de semana.

sábado, 29 de abril de 2006

Ponte da Misarela

Agora sem serem retiradas de nenhum sitio, aqui estão as fotos prometidas da Ponte da Misarela , hoje de tarde.


 


 



 



 



 



 


 


Mais sobre esta tarde passada num dos sitios mais apraziveis da nossa freguesia, noutro sitio da blogosfera , muito publicitado por sinal.

segunda-feira, 24 de abril de 2006


 



 


 


Algumas fotografias tiradas hoje à tarde na descida da Serradela para a Devesa.

Está actualizado o sítio do Ruivães Ciclo Club, desta feita com fotografias da participação de quatro duros na maratona de Esposende realizada em 23 de Abril de 2006. Não deixem de passar por lá e conferir a participação destes nossos conterrâneos.

terça-feira, 18 de abril de 2006

Mais uma pesquisa na net, para ver o que sobre Ruivães se vai por lá encontrando. Desta feita, descobrimos um sítio feito pelos alunos da Escola EB 1 da Vila. Se dantes andávamos todos nós que por lá andamos a estudar a ocupar os tempos de recreio com os jogos tradicionais, agora ligam-se à net. Sinais dos tempos.


Não deixem de fazer uma vista a este sítio pois estes alunos de agora são o futuro de Ruivães.