sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Espindo, por Carlos Costa
(carregar nas fotografias para melhor visualização)
«Fotos tiradas do Poldro, da coutada das talhas e da Folgueira para Espindo.»
Carlos Costa
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
O fabrico da aguardente bagaceira (conhecida por cachaça), foi recordar memórias da minha terra!
Os Alambiques, indústria artesanal caseira foi até final da década de 80 muito próspera em Espindo. Quase todos os bons lavradores, tinham este equipamento.
Estes utensílios são formados pela caldeira, coluna, capacete e serpentina feitas em cobre. A caldeira com água, a coluna com o bagaço e o capacete seladas com farinha centeia amassada, posicionam-se por cima da fornalha. Com a lenha a arder, dá-se o aquecimento, o que provoca a libertação de vapores que se espalham pela serpentina submersa em depósito com água fria para que se dê a condensação - passagem do estado gasoso ao líquido, o qual vai sair pela extremidade inferior da serpentina para o cântaro!
Após a feitura do vinho, ainda há mais para aproveitar daquilo que restou das uvas. O vinho vai para as pipas, o bagaço (cascas, grainhas e cangaços) é levado para o alambique para fazer a aguardente.
Este líquido, há alguns anos atrás, servia muitas vezes de “mata bicho” dos homens, antes de irem para a labuta do campo e era utilizada com fins terapêuticos: servia de desinfectante substituindo o álcool, de digestivo após as refeições, para aliviar a dor de dentes e no tratamento de gripes ou resfriados que aliada ao limão e ao mel fazia milagres!
Porque o trabalho era muito e os braços poucos, por vezes o “monte” de mosto seco ficava algum tempo na prensa para ser destilado. E só o era, quando os dias começavam a ficar mais frios e chuvosos.
Numa data não muito longínqua – na minha recordação, uma manhã em que o ar tinha já a frescura do Outono – o alambique era atestado, a fogueira acesa, com o lume doseado, pois não pode ser de mais nem de menos... o cântaro posto na ponta do cano, esperava-se que o precioso liquido começasse a pingar!
Durante este processo tem que haver alguma atenção por parte dos produtores que fazem a aguardente. A água do tanque por onde passa a serpentina tem que ter uma renovação constante, para não haver paragem da condensação. A chama da fogueira também tem de ser controlada pois se for muito forte a aguardente sai com um gosto desagradável –, queimada! O teor alcoólico também tem de ser vigiado. Deita-se um “trago” para a fogueira para ver se ele ainda tem força para “atiçar” o lume... a outra maneira é directa: prova-se!
Estas tarefas, normalmente executadas durante a noite, reuniam homens que traziam banquitos para se sentar e esperavam pacientes, enquanto as gotas de aguardente caíam uma a uma, límpidas como chuva de inverno. Depois chegava o momento da prova. O copo passava de mão em mão, e dele bebiam grandes, pequenos, e até as mulheres provavam a aguardente nova!
Seguidamente era colocada em barrisde madeira,para mais tarde ser degustada.Alguns produtores gostavam de colocar a aguardente que produzem em pipos de carvalho, onde envelhece durante alguns anos, passando a designar-se aguardente velha a qual adquire uma coloração amarelada, aroma característico e um sabor de grande suavidade.
Não sei se será a mais antiga, mas uma das primeiras recordações que guardo do vinho é a de vê-lo a jorrar do lagar para as pipas e seguidamente para as canecas e tigelas.A memória dos odores também ficou na minha lembrança: o bafo doce dos cestos das uvas na vindima. O cheiro adocicado do mosto e a frescura das pipas lavadas, cheias de água para que as aduelas inchassem. O aroma leve do vinho novo ao ser transfegado. O cheirinho da aguardente acabada de destilar. A fragância do vasilhame!
Todos os anos, após a vindima, a minha mãe fabricava a sua própria aguardente. Mais tarde fazia-a eu com a ajuda dos meus amigos de sempre, para deleite da família e amigos.
Esta prática tão antiga, recriada a semana passada, é hoje em dia punível por via da nova e rígida legislação/lei comunitária que entrou no país conhecida como: “a lei do álcool,” o que levou a que esta tradição caseira, se tenha perdido na sua quase totalidade. Hoje só restam dois ou três particulares a acender o “alambique”, mas só para consumo próprio!
Tal como há 3 anos atrás, os 4 rapagões que passaram no alambique –, eu próprio, o Romeu Fernandes, o André, o João Pinto e ainda a Maria, que além de nos ajudar nestas tarefas, das quais é uma “expert”, ainda nos aqueceu os estômagos com um saboroso almoço acompanhado por vinho doce da sua produção. No final das tarefas ”aguardenteiras” ainda houve tempo para “molharmos as palavras” ao sabor das castanhas assadas na enorme fornalha do alambique!
A todos, obrigado pela ajuda e pelo longuíssimo dia passado em tão boa companhia, que espero, poder em oportunidade vir a recriar com mais amigos ainda, momentos similares!
Guilherme Gonçalves (Casa do Brás – Espindo)
9/11/2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Vindimas da Casa do Brás (Espindo)
Não sendo uma celebração que abrange toda a aldeia, as vindimas da casa do Brás, já são uma tradição desde há mais de duas décadas, que reúnem todos os anos um apreciável grupo de amigos. Este ano a data escolhida foi o dia 12 de outubro e a “diversão” começou logo pela manhã. Após a colheita, a esmagadela das uvas e o seu depósito no lagar todos almoçaram na casa do vinicultor que guardou a colheita para este dia. No final do repasto, em tom de agradecimento, convidou os presentes para a podada, outra tradicional tarefa a que estes amigos, ano após ano, nunca viram a cara!
Obrigado ao André, Joca, Cêra, Amadeu, Isabel, Aníbal, Manuel, Alvarino, Jorge, João, Albina e Palmira, que sem a vossa ajuda, a Balbina, o Romeu e eu próprio não conseguíamos fazer a vindima da casa do Brás num só dia!
Ficam algumas fotos do evento.
Guilherme Gonçalves (Casa do Brás)
«Concluído circuito hidráulico de Venda Nova»
Lisboa, 29 de abril de 2013
O projecto Venda Nova III ultrapassou uma etapa decisiva do plano de trabalhos. Estão concluídas as escavações do circuito hidráulico da nova central.
No passado dia 18 de Março ficou aberta a ligação subterrânea com cerca de 4 500 m entre a tomada de água e a restituição, cuja escavação foi realizada com um diâmetro de 12 m, originando um volume de escavação próximo dos 475 000 m3.
Foram dois anos de trabalho contínuo, envolvendo cerca de 450 trabalhadores. Faltam agora dois anos para a entrada em serviço da nova central, previsto para maio de 2015.
Notícia retirada daqui: http://www.a-nossa-energia.edp.pt/noticias/artigo.php?id=122
«Chegada da espiral para o grupo I de Venda Nova III representa um marco»
Lisboa, 16 de maio de 2013
Este equipamento hidromecânico, impressionante pela sua dimensão, com um diâmetro interior de 8 metros e um peso total aproximado de 160 toneladas, chegou à obra do reforço de potência do aproveitamento hidroelétrico de Frades/Venda Nova, no passado dia 6 de maio. Trata-se de um dos diversos componentes dos dois grupos, com potência unitária de 378 MW, que serão instalados na futura central hidroelétrica.
O transporte da espiral, fabricada na China, nas instalações da VOITH em Shangai, teve que ser efetuado em dois segmentos, de 100 e 60 toneladas cada.
De salientar que a nova central será não só a maior em Portugal, em termos de potência instalada, mas também única na Península Ibérica em termos de grupos de velocidade variável. Com entrada em serviço prevista para 2015, será ainda a primeira central mais potente do mundo equipada com esta tecnologia.
Notícia retirada daqui: http://www.a-nossa-energia.edp.pt/noticias/artigo.php?id=125
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Ontem continuei o meu percurso pela calçada romana, ou de Ruivães, ou da ponte velha, ou…
Ontem,
como que impulsionado pela vontade em recordar, voltei à ponte de
pedra, da rês, ou velha….. e, partindo da ponte em direcção a
Ruivães, lá fui subindo lentamente a velhíssima calçada. Fiz o
primeiro troço até ao topo da primeira ladeira e parei junto à
cancela das terras do “Lagarto”. Dali contemplei, na direcção
descendente, o piso irregular da calçada, cujas pedras lisas, gastas
pelo uso e pelo tempo, me deram a sensação de ali terem ganho
raízes há muitos séculos para garantia perene, se circunstancia
inusitada a não quebrar (que poderá ser humana).
As
paredes e muros que a ladeiam, de pedras brutas encavalitadas umas
nas outras, emprestam-lhe um ar austero, quão austero seria o povo
que as construiu para circular, proteger e vedar.
Prossegui
um pouco mais, pelo troço mais horizontal, até ao fim do que resta
da calçada, sensivelmente abaixo da cancela das terras do
“Agostinho”. Ali parei e conclui que a garantia de perenidade da
calçada havia sido quebrada. Não pelos construtores, mas pelo
desleixo, ou o que quer que lhe chamemos, do homem que herdou
património de tão elevado valor histórico, estratégico, económico
e social…
Entrei
pelo caos da via, saltitando de pedra em pedra, à procura de poiso
firme e seco, na ânsia de evitar o desagrado da água nos pés e
prossegui até à cancela do “Porto do carro”. Dali contemplei
toda a destruição que sofreu aquela via, tanto pelo desabar de
terras laterais, como pela errância das águas que por ali se
acumulam e abrem caminho até desaguarem no rio Saltadouro.
Continuei
o percurso até à derivação do caminho para Vale e, como noutros
tempos, o caos no curso de água, os sinais evidentes de para ali
escoarem esgotos domésticos, etc. E dei por terminado o meu percurso
sobre a via romana. Mas foi neste ponto de derivação onde mais
tempo parei e, como idealista nostálgico, imaginei a conjugação do
rio com a paisagem, a ponte e o que resta da calçada romana, como
motivos de atracção turística, elementos de utilização
pedagógica e também motivos de orgulho. Sim, qual a terra que não
se orgulharia de ter sido servida/atravessada por uma via romana de
tal importância e da qual ainda restam tão belos testemunhos?
Para
tal, imaginei a ponte limpa, reparada, conservada e classificada; o
que resta do piso primitivo da calçada mantido com a sua
originalidade, sinalizado, com os regos limpos e conservados; a
parte do troço que se encontra destruída reparada com materiais a
condizer; a remoção do que resta de uma ramada; as laterais limpas
de silvas e árvores ameaçadoras de socalcos; o curso de água
conduzido em canal aberto e sinalética na Estrada Nacional a indicar
aquelas belezas. Por fim, a inclusão na lista de locais a visitar.
É um
manifesto e um sonho, mas um manifesto real e um sonho facilmente
realizável...
Fernando
Araújo da Silva
domingo, 24 de novembro de 2013
sábado, 23 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
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