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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Pardinho 2021






No passado dia 21 de Agosto, um grupo de consortes da Levada do poço Longo, de Ruivães, Vila, Vale, Quintã e da Botica, que teimam em não deixar morrer a tradição, uniu-se no lugar das Cruzinhas, perto de Caniçó e Linharelhos, no limite dos concelhos de Vieira e Montalegre, para viver o Pardinho.
De acordo com a tradição, no Pardinho «os compartes, “de sachola e de farnel”, vão até ao Rebolar e à Senhora dos Aflitos, situados na bacia de recepção da Ribeira de Lamas que, a latitude da Chã de Coelhos, passa a ser o Rio da Lage. Todos os regos são então canalizados para a levada, já que estas águas lhes pertencem por ordem do tribunal» (fonte: www.ruivaes.com).
Dali saídos, o grupo de 15 interessados e trabalhadores dividiu-se em 3, seguindo cada um o seu trajeto. De sacholas em riste, seguiram a levada, repondo o seu curso, abrindo o que havia sido obstruído pelo normal fluir da água ou por mão humana que a desviou.
Debaixo de altas temperaturas, monte acima, de pedra em pedra, caminho após caminho e através de campos agrícolas, os bravos trabalhadores não pararam até ter todo o trabalho feito, orgulhosos e interessados por aquilo que é nosso e faz parte do legado dos nossos antepassados.
Já se fazendo tarde e com o estômago a dar sinal, os 3 grupos encontraram-se no local do merendeiro, onde outros membros das respectivas famílias os esperavam com os melhores petiscos para estas ocasiões. Com as mantas estendidas no chão deu-se início ao tão aguardado merendeiro.
Após o repasto, seguiram todos em direção à Botica e Ruivães. A grande maioria fê-lo a pé. Homens, mulheres e crianças de tenra idade, seguiram por Caniçó e Linharelhos, até chegar ao Carvalhal do Esporão, em Lamalonga. Aí chegados, nova paragem para afagar a fome e a sede.
Saídos dali e agora já nas viaturas que acompanhavam a comitiva, seguiram para a Botica, onde na Lameira fizeram nova paragem para repetição do ritual.
A partir daqui seguiram até ao lugar do Arco, para nova paragem junto à EN103.
Por fim, em direção ao Largo da Vila, em Ruivães, seguiram os resistentes, a pé, brilhantemente acompanhados por alguns elementos dos Alvoradas da Cabreira, grupo que já faz parte da tradição deste evento. Deu-se assim por terminada a edição de 2021 do Pardinho.
Está de parabéns o grupo de Ruivanenses que teima em repetir, e bem, esta tradição ano após ano. De salientar a participação de elementos jovens, não só no trabalho como no merendeiro, o que provou que a juventude não ignora as tradições e faz questão de as reviver em família, respeitando-as e prolongando-as no tempo.
“Ao Pardinho,
Ao Pardinho
Levem as merendas
Que nós levamos o vinho”

Paulo Miranda
2021-08-31

domingo, 1 de março de 2020

Caminhada 9 Fev 2020




Em dia de aniversário desta página resolvemos fazer uma caminhada juntamente com o José Fernandes e o Victor Alves pela levada do Poço de Rio Longo, até Zebral, descendo depois pela Abeleira até ao sempre refrescante Traves, subindo depois pela Roca até Ruivães novamente. 
A série de fotografias que passaremos a publicar nos próximos dias foram tiradas nessa manhã de domingo. Esperemos que gostem. 

domingo, 31 de março de 2019

S. Cristóvão



(carregar na imagem para maior visualização)


Depois da publicação há dias do relato que o Padre José Carlos Alves Vieira publicou no seu livro de 1923, resolvi escrever algumas linhas actualizadas, quase cem anos depois​. Sendo certo que não ​terei o mesmo dom de prosa que o autor, tentarei compensar isso com o facto de não precisar de cicerone para uma visita ao cemitério de ​S​Cristóvão. 


Há quase 30 anos que visito o local, desde que com 12 ou 13 anitos nas férias com a minha irmã, a Babi, o Ricardo e a Eliana começamos a explorar as cercanias de Ruivães. Antes desses passeios exploratórios ouvíamos o Sr. José "do Silvino", que nos fazia ​sempre ​a contextualização do sítio bem como ​a indicação d​os melhores acessos.​ Ao longo destes anos perdi a conta de quantas vezes subi ao alto de S. Cristóvão. Sozinho ou acompanhado foram inúmeras as vezes. A última das quais levamos pela primeira vez a Laura que, com os seus 4 anos, só saberá disto quando vir esta fotografia.


Contrariamente ao referido pelo Padre José Carlos e no​utro​ documento de 1906, não me recordo que o local esteja mais degradado agora do que há 30 anos. É certo que o tôjo, a giesta e algumas silvas têm vindo a ganhar terreno mas creio que o local permanece imutável. Há cerca de dez-doze anos ainda vi milho plantado no terreno central, mas nos últimos anos até os pinheiros que circundavam todo o espaço foram cortados sem haver plantação nova.


A paisagem que o Padre José Carlos descrevia como  uma "vista onde se delicia num vasto horizonte, cheio de verdura e de luz", continua igual, embora agora marcada por postes e linhas de alta tensão que ​das subestações de Frades e da Botica seguem junto ao Cávado até às grandes cidades. Do penedo que "emergia no centro do local" vislumbramos as aldeias da freguesia de Cabril bem definidas na encosta da Serra do Gerês​Para o outro lado, as nossas aldeias de Espindo e Zebral e os "contrafortes" da Cabreira ....


Os acessos a S. Cristóvão melhoraram nos últimos anos, fruto de intervenções das Juntas de Freguesia, Junta de Agricultores e da empresa Aguas do Ave (hoje Aguas do Norte). Aquando da construção do dep​ósito de água por esta empresa alargou-se o caminho da Botica e hoje é possível chegar bem perto do local com uma viatura ligeira. ​O​ acesso pela Portela de Paredes também foi calcetado há cerca de 15 anos.


Nas primeiras incursões lá vimos os bocados de tijolo "evidente sinal de ter por ali vivido gente". Destas últimas vezes não tenho encontrado nada, se calhar tapados pela vegetação​ ou falta de atenção​. Aquando d​o estudo ​feito nos finais dos anos 90 do século passado​ - início deste século, ainda se viam muitos pedaços de tijolo.

Não foram os "sete sábios do mundo moderno" conforme pedia o Padre José Carlos Alves Vieira mas foi o Núcleo de Arqueologia da Universidade do Minho​ que fez até hoje o mais completo ​estudo sobre o local. Referem o local como um povoado aberto que terá tido ocupação no período romano-suevo-visigótico e na idade média​ Estarão aqui as origens da actual aldeia de Ruivães, ao tempo, S. Martinho de Vilar de Vacas​. Ainda há muito para descobrir sobre este local que merece ser preservado tanto quanto possível. Por essa razão foi solicitada a sua classificação como sítio de interesse público, estando pendente de abertura de procedimento de classificação.

Subam a S. Chistovão  ​...



domingo, 1 de julho de 2018

Limpeza da Levada do Poço de Rio Longo 2018






O dia da limpeza do rego, antecedendo o início do giro de Verão que começa no dia de S. João, é ainda a maior manifestação comunitária da freguesia de Ruivães. Nesse dia – este ano a 23 de Junho – os consortes da levada do Poço de Rio Longo- que serve os lugares da Botica, Vila, Quintã e Vale- juntam-se de madrugada para limpar a levada da vegetação e demais detritos acumulados durante o Inverno e a Primavera; facilitando assim a passagem da água que há-de regar as culturas de verão.
Tal como todas as outras tradições comunitárias, também esta corre risco de extinção. São cada vez menos as consortes que respondem à chamada. Uns porque a idade já não permite estes trabalhos, o que é compreensível, outros na certeza de que alguém fará o trabalho por eles, limitando-se a esperar pelo seu dia estando no talhadouro a tornar a água para o seu campo.
Os trabalhos de limpeza da levada sempre foram partilhados por todos os consortes havendo, antigamente, penalidade para quem faltasse à chamada. Eram outros tempos em que a vida no campo era central ao quotidiano de todos e em que havia mais entreajuda entre todos. Hoje a vida do campo passou a um plano secundário e das culturas de toda a propriedade passou-se para um pequeno talhão onde se cultiva uma pequena horta para colher apenas hortaliças e curiosidades. 
Terá sido a levada do Poço de Rio Longo a moldar o relevo e a propriedade dos lugares que serve, nos quase mais de 8 quilómetros de canais principais, sensivelmente o dobro de canais secundários, e cerca de 320 hectares de área irrigável. Comparando com as da região, a levada do Poço de Rio Longo é a terceira maior levada dos quatro distritos mais a Norte de Portugal, o que faz dela uma notável obra de engenharia que os nossos antepassados construíram e lutaram para manter, até judicialmente!
Dos seus 160 beneficiários (dados de 2004) responderam à chamada deste ano cerca de 30 pessoas. Não querendo estar aqui a contar cabeças nem a nomear o Manuel, o António ou o Joaquim que faltou, importa despertar consciências para a necessidade de se manter viva esta tradição como forma de mantermos viva a nossa terra.

Ruivães, 23 de Junho de 2018
Paulo Miranda

sexta-feira, 13 de abril de 2018

No coração da Cabreira




Hoje à tarde, nos limites do baldio de Zebral. Um sítio magnífico que estava ali escondido. Pena que a chuva apressou o regresso. 

Paulo Miranda

terça-feira, 28 de novembro de 2017

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

13º aniversário


Acima de tudo este trabalho tem sido um "mergulho" nas belezas de Ruivães. E já lá vão treze anos! 
Continuamos.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Natal 2016 - Paulo Miranda

Árvore de Natal ainda em construção. Depois de uns dias de pausa, regressamos às publicações, esperando pelas vossas fotografias de Natal.
Paulo Miranda

sábado, 19 de novembro de 2016

No banco da Aninhas




Laura no banco da Aninhas. Já não conheceu os originais nem quem lhe deu o nome, mas um dia ouvirá o Pai a contar - repetidamente - essas histórias ...

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Vieira do Minho TV - "10 anos em linha"




A Vieira do Minho TV esteve em Ruivães para fazer uma reportagem sobre o livro "10 anos em linha" e que pode ser vista aqui.

A Vieira do Minho TV pode ser vista no site próprio, no Facebook, ou no canal 190570 da MEO.





Um obrigado ao Paulo Magalhães e à sua equipa da Vieira do Minho TV pela divulgação deste trabalho.

Paulo Miranda

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Os últimos




Foram estes os últimos elementos que terminaram a limpeza da levada no passado sábado, conforme aqui anunciado e que já aqui mostramos por diversas vezes (1, 2, 3, 4, 5).
Não vão longe os tempos que, mais acima ou mais abaixo, todos se juntavam neste grande final; os de cima e os de baixo. Basta lembrar aqui em 2011 ou aqui em 2007.
Os tempos mudaram. Mas não mudaram para melhor.
Amanhã, dia de S. João, começa o giro de Verão. Boas regas.
Paulo Miranda

quarta-feira, 30 de março de 2016

«Na rota do minério»









«A conversa tinha mais de um ano e hoje foi o acaso que me levou a mim e ao meu tio a percorrer a rota do minério, mas até lá chegarmos fomos andando, conversando e claro, fui fotografando.»


Na sequência da publicação de há quinze dias (e de outras que estão na calha), fui buscar estas fotografias de uma visita aos antigos locais de exploração do minério perto das Cruzinhas, feita com o meu tio António Campos, mais conhecido por Tónio da Rita, há oito anos atrás, em Março de 2008.

Na primeira fotografia, vê-se uma pedra com minério nas mãos do meu tio.

Paulo Miranda