sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Moinho na Botica




Em cima a Lua;  ao centro, o talefe e as eólicas (algumas a piscar); do lado direito, luzes do lugar de Espindo. 
Fotografia tirada em 15 de Setembro de 2013.

Largo de Ruivães



(carregar na fotografia para aumentar)


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Penedo do sino


 Nas minhas deambulações por montes e vales, faço da natureza o alimento do meu ego, e com ela me extasio, me encanto e recordo!..
A última deambulação foi feita lá para os lados de Jara. Aquele monte íngreme na encosta norte de Vale, virada para a serra do Gerês, com o sopé banhado pelas águas do rio Cávado, represadas em Salamonde, formando a albufeira que se estendo até Cidrós.
Então percorri o velho caminho das Quebradas e, a custo, lá cheguei onde já não ia há cerca de cinco décadas. Sim, já lá vão quase cinco décadas!.. Parafraseando um grande amigo alentejano: “o tempo é um cavalo a galope…“
É verdade. Quando ainda criança, aquele monte era um dos locais utilizados para pastoreio dos animais, em especial gado ovino e caprino, sendo a função de pastor frequentemente atribuída aos mais jovens da casa. E, a minha pessoa, na condição de jovem, para ali fui mandado exercer tal função que, em boa verdade não discutia, cumprindo religiosamente.
Naquela altura o monte era plano, mas é mesmo ingreme que se farta...
Claro que nem tudo era mau. Há um penedo naquele monte que servia de ponto de encontro aos jovens que por ali se espalhavam no exercício de actividades similares e ao mesmo tempo local de diversão. Chamávamos-lhe o penedo do sino, que ainda hoje é assim conhecido pelos mais entrados na idade.
Como disse no início, a natureza encanta-me por tudo quanto me proporciona. E, uma das muitas belezas com que aqueles montes nos presenteiam, são as formações rochosas que tanto nos dão a sensação de beleza como de medo. As vistas do alto da Ameixeira em Vale sobre as encostas do rio Saltadouro são a prova disso e não passarão despercebidas àqueles que têm sensibilidade e gosto.
Ora, o penedo do sino, para mim, é uma beleza natural que se destaca do restante penedio que salpica toda a encosta. Trata-se de uma formação rochosa como muitas outras que por ali abundam. Só que esta, dispõe de um penedo de dimensões consideráveis pousado na rocha principal, quase em desequilíbrio, ameaçando despenhar-se monte abaixo. Aliás, mesmo em criança, quando os perigos são menosprezados, sempre tive receio em passar pela parte de baixo da rocha, com medo da queda daquele penedo.
Mas a designação de penedo do sino resulta do seguinte: a rocha principal, por força dos efeitos da erosão ao longo dos tempos fragmentou-se, abrindo fendas entre as diferentes partes, sendo que, um dos fragmentos, com forma pontiaguda, ficou encaixada entre as partes maiores, ficando com a parte inferior assente algures no fundo e a parte mais grossa virada para a superfície. Aquele fragmento ficou solto, sendo possível bambeá-lo para um lado e para o outro, ao ponto de bater nas laterais, provocando um som que foi equiparado ao de um sino. Daí o nome de penedo do sino.


(O penedo no seu pedestal, vigilante, pousado na rocha fendida, na qual assenta)



(vista lateral) 



 ( a rocha que o sustenta)

Estive lá, mas aquele fragmento, que designo por “badalo”, mal se move e não provoca qualquer som. Isto porque na fenda se acumulou terra e ali nasceu vegetação que impede de causar a sensação de outrora.
E como que num assomo de catarse por ali deambulei, regressando por quelhas e carreiros com a nostalgia dos tempos de meninice e a sensação de um até sempre…
E descrevi para não esquecer… e informar.
Braga, 14 de Janeiro de 2014

Fernando Araújo da Silva

Barragem




Zebral, por Maria Leonilde Ferreira




Barragem 1989