segunda-feira, 30 de novembro de 2015

NOVEMBRO (filme)




Apresentação com as fotografias publicadas no sítio "Vila de Ruivães" (www.ruivaes.com) durante o mês de Novembro de 2015.


Neste mês que agora termina destacaram-se os artigos publicados sem fotografias: a entrevista do nosso conterrâneo Guilherme Gonçalves à revista da Junta de Freguesia de S. Vicente em Lisboa, o artigo sobre "A Saudade" escrito pelo nosso conterrâneo Manuel Joaquim Barros para O Jornal de Vieira, o anuncio do lançamento de mais um livro do David Machado e depois, os livros: Trás-os-Montes nos fins do século XVIII - segundo um manuscrito de 1796, «Para que a memória não se apague», de Fernando Guimarães e, Braga e os Caminhos-de-ferro, sobre as propostas de ligação ferroviária entre Braga e Chaves nos finais do século XIX, a linha do Cávado que teria passado, eventualmente, por Ruivães.
Nas fotografias, registamos o Dia de Todos os Santos (um dos artigos mais lidos no mês), o Dia de São Martinho, um final de tarde de domingo, as cores do Outono, na serra (1 e 2) e no sítio onde sempre as registamos, a Tojeira. Publicamos ainda quatro fotografias relativas às mudanças a acontecer na freguesia (1, 2, 3 e 4), uma delas com direito a artigo escrito e uma fotografia de 2013 referente à obra Venda Nova III. Acompanhamos a visita dos Alvoradas da Cabreira (agora associação) ao Mercado da Castanha em Vieira do Minho e o Convívio de São Martinho realizado em Ruivães, com fotografias nossas e outras "roubadas" no facebook a José Silva António. Os outros contributos deste mês foram do Nuno Gonçalves, como fotografias de Espindo e da Associação de Caça e Pesca com registos das "Sementeiras" que estão a fazer na serra.
Quanto à toponímia, incluímos mais duas ruas, a Rua do Lugar e a Rua das Casulas, ambas em Vale. 
Os artigos mais vistos neste mês de Novembro foram os anunciados no início deste texto, embora este, que partilhamos na nossa página da rede social facebook com tristeza, e este, talvez porque já estamos a entrar na época, também tenham tido muitas visitas. 

Descansem em paz




Ruivães - indicação de direcção




Ruivães - indicação de direcção




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

«Para que a memória não se apague»







«A Guarda Fiscal e os seus postos fiscais são uma parte importante da história de uma aldeia raiana, nos séculos XIX e XX, e do percurso de vida dos seus habitantes. Muitos guardas-fiscais casaram nas diversas aldeias, constituíram família alugavam casa e horta e fixava-se também na aldeia. Depressa se integravam na comunidade local e no modo de vida dos residentes. Sentiam depressa a pobreza das gentes da terra e, por isso, procuravam executar o serviço com o menor transtorno para ambas as partes. Não perdoavam mas procuravam também eles sobreviver.»

Frades




Frades




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sementeiras

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As sementeiras já estão realizadas. Apesar do dia extremamente frio, semearam-se 4 sacos grandes de centeio e plantaram-se cerca de 40 arvores autóctones (castanheiros). É objetivo da Associação potenciar mais estas áreas ainda este ano.
Temos de valorizar este tipo de trabalhos, uma vez que o resultado deste esforço já se vai evidenciando no contributo para as espécies cinegéticas existentes.
A Associação pretende aumentar estas zonas de alimentação visto estarem a contribuir para o repovoamento e fixação de espécies cinegéticas até então desaparecidas.
Conscientes das dificuldades (fogos, doenças, vegetação densa, escassez de alimento, predadores, .....) temos de continuar persistentes com ações que visem contrariar estas adversidades, fomentando  o desenvolvimento da fauna outrora marcante na nossa Zona de Caça.
Partilhamos algumas imagens (sinais/indicadores) que nos dão algum alento para persistir e continuar o nosso Plano de recuperação e manutenção da Zona de Caça de forma consciente e sustentada.
A Associação de Caça continua empenhada em zelar pela  proteção das especies cinegéticas existentes e pela recuperação e fomentação destas, em locais com baixos indicadores.
Conscientes de que não é fácil, é a esperança de pensar conseguir melhorar, que nos move para continuar a caminhar.

Atenciosamente,
Associação de Caça e Pesca de Ruivães
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Frades



Frades




domingo, 22 de novembro de 2015

sábado, 21 de novembro de 2015

Propostas e Projectos de Ligação Ferroviária



A proposta de Braga a Chaves apresentada pelo deputado Alves Passos
Apesar do ramal de Braga estar totalmente projectado e em fase bem adiantada na construção, as propostas de continuação do caminho-de-ferro para outras regiões do norte do país continuavam.
Ainda antes de terminar o ano de 1873 surge uma proposta de continuação do caminho-de-ferro de Braga para Chaves, daí para Bragança, seguindo posteriormente para Espanha. Esta proposta, destacada pelo “Commercio do Minho” de 20 de Dezembro de 1873, consistia num percurso de via ferroviária estreita e separado das estradas já existente na região. Aliás, esta proposta era curiosa, porque este requerimento apresentado ao governo, “…não pede subsidio pecuniário e obrigasse a conduzir gratuitamente os passageiros do estado, tropas e malas de correio.”.
Não há registos nem mais informações de tal proposta pelo que presume-se, a ter sido apresentada, tenha sido rejeitada pelo respectivo governo. Contudo, as insistências de continuação do caminho-de-ferro para Chaves continuaram.
Passado pouco mais de um ano, o deputado de Vila Verde, Alves Passos, apresentou nova proposta “…na camara electiva, para que o governo fosse auctorisado a proceder ao seguimento do caminho de ferro de Braga até Chaves.” (“Commercio do Minho” de 23 de Março de 1875). Foi o seguinte discruso proferido na sessão de 10 de Março de 1875 pelo deputado de Vila Verde, e publicado no referido jornal de 23 de Março de 1875:
“…Eu voto por todos os cainhos de ferro, rodos os melhoramentos de que possa resultar o desenvolvimento moral e material do meu paíz;…
O caminho de ferro de Braga, desde que sae do Porto, tem uma direcção para leste da provincia do Minho, mas em Nine desvia-se para o litoral, seguindo para Vianna e para a fronteira da Galliza, isto é, desvia-se completamente do centro para a beira-mar e para o norte da provincia, deixando em Braga o termo do seu ramal.
Ora, a camara sabe que os caminhos de ferro do litoral não podem ter a influencia, que teem os que atravessam o centro das povoações, para o seu desenvolvimento. Temos uma desgraçada experiencia no caminho de ferro de Lisboa ao Porto.
Se o caminho de ferro de Braga seguir d’esta cidade para Chaves, entrando no valle do Cavado, para o atravessar defronte de Villar da Veigga e tomar a margem direita d’este rio, d’ahi pela freguesia de S. João do Campo, vertentes meridionais da Serra do Gerez, a par do monte da Gralheira, concelho de Montalegre até Chaves, e d’aqui á fronteira a Verim, o que se me afigura pouco difícil, era rasgar pelo centro toda a provincia do Minho, a fértil região de Barroso, abundante em lãs e gados, e comunicará a provincia do Minho com o alto da provincia de Traz-os-montes, e com a fronteira, pela linha mais curta. (…)
(…) E deixo à escolha e ilustração do governo o sistema de construção, de via larga ou reduzida, como o julgar mais conveniente…”
Poucas informações se seguiram posteriormente pelo que, esta proposta, evidentemente, não teve o fim desejado.

O projecto do “Valle do Cavado” de segunda categoria, que ligaria Braga a Montalegre
A chegada do comboio a Braga abriu perspectivas de desenvolvimento não só à cidade, nem às freguesias beneficiadas pelo ramal e que se situavam entre Braga e Nine, mas também a outras localidades mais distantes do Minho. De facto, com a existência de uma estação ferroviária em Braga, inúmeras pessoas e mercadorias passavam a ter a possibilidade de se deslocar desta região para outros pontos do país.
Claro que um dos locais mais concorridos era, sem dúvida, o Porto, não só para as pessoas, mas principalmente para os comerciantes e industriais que, utilizando o comboio, já podiam transportar as suas mercadorias para a capital do norte bem como para o porto de Leixões onde, a partir daí, os produtos escoavam para os mercados internacionais.
Antes da chegada do caminho-de-ferro a Braga, os produtos destinados aos mercados internacionais tinham que ser, na sua maioria, transportados por via terrestre, até ao porto de Viana do castelo. E todos sabemos que os transportes até ao século XIX eram poucos, atrasados, velhos e lentos. E as consequências para a economia da região eram, por essa razão, bem mais negativas.
Não é de estranhar, portanto, que os bracarenses, beneficiados pelos caminhos-de-ferro até ao Porto, desejassem que este pudesse atingir agora o interior da própria região do Minho. Por isso, vão surgir vários projectos que visavam ligar a capital do Minho a outras regiões situadas a norte de Braga.
Pela “Proposta de lei sobre a rede de caminhos-de-ferro em Postugal”, assinada por António de Serpa Pimentel e Lourenço António de Carvalho e publicada no dia 7 Fevereiro de 1879, pelo Ministério das Obras Públicas, Comércio e Industria, ficamos a saber que os caminhos-de-ferro são divididos em duas categorias, uma de serviço público outra de serviço particular.
Na primeira categoria, considerada a mais importante, encontram-se as linhas de “1ª ordem ou de interesse geral, de 2ª ordem ou de interesse local, e de 3ª ordem ou americanas, assentes em vias publicas”.
Estas linhas são as mais importantes existentes em Portugal e, por isso, devem merecer toda a atenção do governo e de todas as entidades públicas.
O Ramal que ligava Nine a Braga foi considerado de primeira categoria.
Alguns dados curiosos desta proposta de lei são as linhas consideradas de segunda categoria. Estas eram linhas de via estreita que, ou estavam a ser construídas, ou estavam em vias de o ser. De entre elas, há a destacar as linhas de Bougado a Guimarães, num total de 32 quilómetros, estando em Fevereiro de 1879 já construídos sete quilómetros; as linhas do vale do Lima, que ligaria Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Lindoso, num total de sessenta quilómetros, e ainda uma outra linha, a designada “Valle do Cavado”, que ligaria Braga, Caldas do Gerês e Montalegre, num total de setenta quilómetros.
É curioso, mais uma vez, verificarmos que era o próprio governo quem previa a construção de uma linha de via estreita, agora a ligar Braga a Montalegre.
O Ministério das Obras Públicas, Comercio e Industria justifica a criação desta linha do “Valle do Cavado” com os cerca de 118 habitantes por quilómetro quadrado dos concelhos de Póvoa de Lanhoso, terras de Bouro e Vieira do Minho, e ainda cerca de 24 habitantes por quilómetro quadrado correspondentes ao concelho de Montalegre. Esta linha servirá ainda “…as Caldas do Gerez, notáveis pela abundancia do seu manancial e elevada temperatura das suas aguas, podendo com a facilidade de comunicações tornar-se um estabelecimento importante.”.
A importância desta linha estende-se ainda ao concelho de Montalegre e a toda a região envolvente, uma vez que “Esta região tem considerável valor pecuário, sendo o concelho de Montalegre representado o solar da raça barrosã devendo a sua creação tomar grande desenvolvimento pela facilidade e barateza dos transportes.”.
Refira-se, como nota de curiosidade, que a presente proposta de lei previa ainda uma outra linha-férrea de via estreita, que ligaria Famalicão a Chaves, passando por Guimarães, Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto, pertencentes ao distrito de Braga, e os concelho de Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Boticas e Chaves do distrito de Vila Real. Esta linha teria a extensão de 186 quilómetros, divididos entre os dois distritos.
Não se conhecem muitos mais desenvolvimentos acerca deste projecto que, evidentemente, acabou esquecido nos dossiês existentes nos gabinetes do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria.

Retirado do livro “Braga e os Caminhos-de-ferro” de Joaquim da Silva Gomes. ISBN 972-95895-3-4




Canastro em Frades