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terça-feira, 1 de agosto de 2017

«Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno!»

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VOX POPULIS: "Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno!"
Acreditavam as gentes do norte de Portugal, quer pela experiência própria, quer pela observação dos elementos nas suas vidas de lavoura, que neste dia o clima começava a alterar;
apesar de cronologicamente ser Verão, os dias mingam, a temperatura muda.
Na manhã deste dia, ao acordar, era (e nalgumas povoações ainda é) comum tomar bagaço (aguardente) em jejum, aliás, molhar os lábios e esfregar a testa desta forma acreditando combater maleitas e evitar ficar doente no resto do ano.
;)
Santé!


Paula Alves - 2016

segunda-feira, 21 de março de 2016

Gentes de Ruivães em Domingo de Ramos





Realizou-se este domingo a Feira Mensal de Ruivães que este mês de Março coincidiu com o Domingo de Ramos. 

Como habitualmente a Comissão das Festas de Ruivães para o ano 2016 teve a sua banca aberta, servindo cafés, vinho do porto, vinho verde, cerveja e petiscos. Quem quis, também pôde levar para casa o almoço, já que também se assavam frangos em assador improvisado. Tudo isto com boa disposição à mistura, boas conversas e algumas compras, porque apesar da crise, sempre se vão gastando as economias para ajudar a dinamizar a feira. 

A afluência foi boa. A meteorologia também deu uma ajudinha, pois os avisos de chuva não se concretizaram. Falta saber agora se o ditado se cumpre: “Ramos enxuto, Páscoa molhada”.

Esta fotografia do Sr. Campos resume todo este texto: a alegria (da idade que ninguém diz que tem), o copo de vinho do Porto, o saco das compras e o ramo de oliveira. 

Próxima feira, dia 17 de Abril. Apareçam.

domingo, 6 de março de 2016

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A rega


Junto aos caminho em Trás-os-Montes há muitas águas boas e fresquinhas. Passam-se a vau, a direito, se há pouca água e pouca profundidade.
Há pontes dum ou mais arcos, romanos ou góticos. São lindíssimas, cheias de história e lendas com a da Misarela.
Pontilhão – é a ponte de pedra mais pequena, sobre um regato, com grandes lousas, sobre colunas bem alicerçadas. Em certos pontilhões estas lousas apoiam sobre traves de carvalho. Em Fiães, a ponte sobre o Cávado é de pau.
Pondra, ou ponderado – são grandes pedras nos rios e regatos com pouca profundidade, para passar a pé. Têm as pedras da largura do passo da gente, de 10 ou 20 pedras. Os bêbados que por ali abundam se por lá passam, é caída certa.
Cano – é um rego largo coberto com lousas ou pedras por cima, para se poder passar nele ou para impedir que o rego se atupa. Alguns passam debaixo de casas e de cortes. São de pedra.
Caneleiro ou caleiro – é uma cana de pau ou de pedra, que atravessa outro rego, que leva água para outro destino. Há-os nos lameiros para aproveitar águas do mesmo dono, ou para fazer passar a água, onde, doutro modo, não subiria.
Porto – sítio que junta muita água, em sítio estreito, passando-se a pulo, ou salto, ou por pondras, pedras ou pontilhão.
Cada povo tem a sua lei centenária ou milenária pela qual ainda hoje se rege, na rega.
Há vários motivos de zangas e rixas por causa da rega, das horas, dos roubos de água, etc.
Junta-se o povo aí por Junho para abrir os regos da rega, que vêm de longe das altas serras e para grandes poças, na coroa do povo. Juntam a água de todos os montes e nascentes, tirando-a aos lameiros particulares, que neste período têm de a ceder.
As poças estão cheias, por causa dos incêndios, tão frequentes. Se alguém a abrir tem que a tornar a encher, nas horas da sua rega. Nalgumas terras cada lavrador tem duas horas de rega de dia, e de noite, quatro, em cada roda. Os cabaneiros têm uma hora, por dia, na roda, e nada de noite. De noite, começa por uma ponta do povo e de dia noutra. Alguns povos têm várias águas e vários regos. Cada água e rego tem os seus herdeiros, pois a água herda-se, com as terras. Cada herdeiro conforme são os terrenos, assim tem mais água ou menos.
Noutras terras o que tem mais horas a regar, tapa as poças à noite, ao escurecer, e abre-as de manhã cedo e avisa os vizinhos que regam no mesmo dia, para regarem a seguir a ele. Assim uns regam conforme os terrenos, durante um dia seguido, ou 12 horas, 6, 4, 3, 2, 1, etc.
As horas são marcadas pelo sol, com relógios de pedra, ou por convenções de horas; assim, é meio dia, ao dar o sol em tal sinal, ou pedra. (Em Vilar eram as esquinas do Paço – em Cabril é a Pedra do Sol). Hoje há os relógios de torre, de sala e de bolso ou pulso. Nem saches em Maio nem regues antes de S. Paio.
Há outras águas mais abundantes que dão para dois vizinhos ao mesmo tempo, sem precisar de poças. O que tem mais horas tem a preferência de regar antes. Em Tourém no tempo da rega fazem-se os roteiros, ou bilhetes, guiando-se por um roteiro antigo, dando ao povo, junto, a cada qual o seu bilhete dizendo as horas e com quem tem de se juntar para regar.
É a Junta de Freguesia quem faz o roteiro.
A tanda é o período de 15 dias de água, por vários vizinhos.




Retirado do livro “Etnografia Transmontana – Usos e Costumes de Barroso”, de António Lourenço Fontes, já aqui mencionado.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

domingo, 9 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Moinho em Zebral (III)




Olá Paulo!

Como mesmo o não prometido é devido...

Aqui vai o dizer de Zebral ao amassar a massa do pão antes de esta ser posta a levedar:

(versão partilhada por Ana Alves Canela, de "Jandias")



São Vicente te acrescente

São Mamede te alevede

São José te ponha a mão

Deus te ponha a virtude

Que eu de mim fiz quanto pude



Feliz 2014 a todas e a todos!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Moinho em Zebral II



Olá Paulo!
Caso queiras acrescentar informação à reportagem e no seguimento das minhas duas visitas à confeção do pão no Verão ( em Vale e Zebral com as tuas duas anfitriãs), relembro que em Vale, ao fim de se amassar o pão e antes de a massa levedar (logo após se marcar uma cruz na mesma), deve dizer-se:



“Na hora em que o Senhor nasceu

Foi a melhor hora que ao mundo veio

São José

São Vicente

Sto. Amaro

Não saia ensonso nem salgado”



Depois de colocar as broas a cozer no forno e ao fechar a sua porta:


“tanto cresça o pão no forno

Como o poder de Deus

Pelo mundo todo

Nós a comer e ele a crescer

Nunca o possamos vencer

1 Padre Nosso pelas almas da casa

Cada um pela sua e Deus nosso por elas todas”



Em Zebral os dizeres são distintos mas ficam para uma próxima :D.



Boas festas a todos!!!




Paula Alves