
Fotografia tirada no domingo passado no Tôco. Obrigado Gonçalo!
O Centro Social Interparoquial de Campos, Ruivães e Salamonde procura complementar as acções diárias junto dos utentes com um vasto Plano de Actividades para animar os próprios utentes, os utentes de outras instituições e da população em geral com actividades, passeios e convívios que pretendem dinamizar a comunidade. Uma dessas actividades é a tradicional Desfolhada do Milho que foi realizada no sábado, dia 8 de Novembro, durante a tarde, junto ao Mini-Lar. Contámos com os populares que contribuíram com o milho para a desfolhada, com os cestos para as espigas, com o carro de bois e com uma junta de vacas para levar o carro. Como festejámos juntamente o S. Martinho, tivemos ofertas de castanhas para o magusto. O “Rancho Folclórico Passarinhos da Ribeira” de Louredo brindou-nos com danças e cantares tradicionais da cultura minhota. Além dos utentes do Centro Social das três freguesias da área de intervenção, tivemos a participação de muitos populares que se quiseram associar a este convívio, bem como do Presidente da Câmara Municipal, Albino Carneiro, e do Presidente da Junta de Freguesia de Ruivães, João Sousa, que nos transmitiram palavras amigas e de agradecimento pela actividade.
2008-11-26
Notícia retirada d' O Jornal de Vieira nº 843 de 1 de Dezembro de 2008.
Uma tarde bem passada, entre amigos, no Tôco que, apesar do frio, se revelou um sítio ideal para uma confraternização destas. Para ver mais fotografias, aqui.
Fotografia: António Cruz
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Há uns tempos atrás andava nas minhas pesquisas na internet e encontrei algumas fotografias interessantes tiradas por gente diversa em sítios que reconheci como fazendo parte da freguesia de Ruivães e depois achei que seria interessante colocar aqui neste sítio não-oficial essas fotografias, esses outros olhares.
Passo seguinte foi entrar em contacto com esses fotografos para pedir a respectiva autorização que veio logo de seguida.
É essa série de fotografias que se publicam agora - alguns meses depois por falta de tempo - esperando que mais surjam no caminho.
Espero que gostem, eu pelo menos gostei.
Paulo Miranda
Fotografias tiradas esta tarde no estradão por cima de Espindo, em mais uma volta de bicicleta do Ruivães Ciclo Club.
A Póvoa de Varzim tem a sua origem numa pequena “poboa” constituída por 54 chefes de família, de vocação marítima, que aqui se estabeleceram há mais de mil anos.
Durante séculos manteve-se como pequeno povoado que tinha como sustento a pesca e a agricultura.
Foi a partir dos fins do século XIX que o seu desenvolvimento se acelerou, quando começou a ser frequentada por gentes que aqui passaram a vir a banhos do mar.
Desde aí, o seu progresso foi-se tornando cada vez mais rápido, acabando por se tornar na grande e bela cidade que hoje é,
Esse assinalável progresso fica a dever-se, muito principalmente, ao dedicado trabalho daqueles que, sucessivamente, tiveram a responsabilidade de dirigir os destinos do Concelho.
Correria o risco de cometer, por omissão, eventual injustiça se pretendesse nomear esses muitos e dedicados autarcas que, com a sua acção e entrega à causa pública, contribuíram para a realidade poveira actual.
Mas, de entre todos, é consensual referir António José da Mota, o major Mota, nome com que é designada, em homenagem a esse insigne poveiro adventício, uma rua na zona central da cidade.
António José da Mota nasceu em Ruivães, no concelho de Vieira do Minho, em 09 de Abril de 1908.
Iniciou os seus estudos secundários no Seminário de Braga, mas foi na vida militar que haveria de encontrar a sua verdadeira vocação a que se dedicou com o maior aprumo e sentido do dever.
Colocado em 1938 nesta cidade e aqui promovido a tenente do exército, continuou a subir por mérito próprio na hierarquia militar até ao posto de major, louvado e condecorado várias vezes pelo seu comportamento exemplar. Ao mesmo tempo, pelas excelentes qualidades que desde logo revelou como homem, como profissional, e como cidadão, rapidamente granjeou o respeito e a estima de todos os poveiros.
Era uma pessoa naturalmente afável, de trato agradável, educado e cortês para com toda a gente.
Exemplar chefe de família, foi casado com Ana de Magalhães Leite Mota, natural de Faia, concelho de Cabeceiras de Bastos, professora do ensino primário. Tinham dois filhos e uma filha, ainda pequenos, quando aqui se fixaram. Tiveram, depois, mais seis descendestes, três dos quais nasceram nesta cidade, e todos, por igual, são aqui considerados e estimados como poveiros.
Como cidadão, o Major Mota dedicou toda a sua vida ao serviço da comunidade, por vezes com sacrifício da sua tranquilidade e bem-estar familiar.
Católico e nacionalista por convicção, o seu percurso na vida pública foi exemplo de Lealdade, de Honestidade, de Honra e de Solidariedade, ao serviço de diversos cargos em instituições de carácter social, sempre a título gratuito e sem quaisquer benefícios de ordem material.
Simultaneamente com o exercício dos seus deveres militares foi:
- Delegado concelhio da “Mocidade Portuguesa”
- Comandante do Terço local da Legião Portuguesa - Comandante dos Bombeiros Municipais
- Presidente da delegação local da Intendência Geral dos Abastecimentos (IGA)
- Presidente da Câmara Municipal por dois mandatos consecutivos (oito anos)
No período excepcionalmente difícil da II Grande Guerra, de
O sistema, gerido pela Intendência Geral dos Abastecimentos, funcionava por meio se senhas atribuídas em função das estritas necessidades de cada família.
Por vezes surgiam dificuldades imprevistas, carências eventuais, necessidades imperiosas de momento, que tinham que merecer especial atenção e análise.
O Major Mota, na competência que lhe estava atribuída como delegado da IGA, a todos atendia com a maior boa vontade e sensatez, procurando sempre resolver esses problemas com isento sentido de justiça e equidade.
Ficou dessa época, no espírito dos poveiros, a favorável impressão – que haveria de firmar-se cada vez mais – acerca da sua competência e da integridade do seu carácter.
Estátua do Major Mota, em bronze
Como Presidente da autarquia, foi verdadeiramente notável a sua acção.
O major Mota não se limitava ao seu gabinete. Percorria, sempre que possível, a cidade e as freguesias, na observação pessoal e atenta das carências do concelho e de como decorriam os trabalhos em curso.
E não era raro vê-lo, despido o blusão da sua farda – seu trajar habitual -, juntar-se a um grupo de trabalhadores ajudando-os no esforço físico comum necessário em qualquer trabalho mais árduo.
Importa referir aqui que o cargo de Presidente da Câmara não era, no antigo regime, remunerado. E era atribuído por nomeação.
O género de “apego” a lugares semelhantes demonstrado por muitos dos autarcas de hoje, não passava, sequer, pelo espírito do major Mota.
Este foi um Autarca inteiramente, desinteressadamente, devotadamente entregue às suas funções, sem ter em mira quaisquer benefícios de ordem material.
É conhecido o caso de, pouco depois de ter tomado posse, se recusar a assinar uma folha de processamento de algumas dezenas de escudos que legalmente lhe eram devidas como emolumentos de multas aplicadas, alegando que nunca receberia qualquer centavo pelo exercício das suas funções. Só viria a assinar o documento na expressa condição de que essa importância não lhe passasse pelas mãos e fosse entregue directamente na Beneficente.
O seu desempenho deixou marcas profundas nas várias vertentes da vida poveira:
OBRAS
- Completa remodelação do Passeio Alegre, com a demolição do coreto de cimento, implantação de novo jardim com desenho diferente e construção de bloco de sanitários subterrâneos.
- Pavimentação da zona envolvente do Casino.
- Inauguração do novo Liceu
- Inauguração do monumento a Eça de Queiroz – oferta dos poveiros do Brasil
- Nesse seu primeiro ano de mandato foi a Lisboa solicitar o arranque das obras do porto de pesca.
- No segundo ano do mandato lançou e construiu a estrada entre Aver-o-mar e a Aguçadoura, e ligação da água a esta freguesia.
- Construção da avenida litoral sul
- Recuperação da Fonte da Granja, em Rates
- Abertura da Rua da Cordoaria
- Construção da estrada de Balazar
- Alargamento e pavimentação da Rua Almeida Brandão
- Construção do monumento a Elísio da Nova, a pedido do Clube Naval
- Reconversão da Rua da Junqueira, que passou a ser pedonal
- Construção da fonte iluminada no Passeio Alegre
- Em 4 de Novembro de 1958 têm reinício as obras de conclusão do Porto de Pesca
- Construção da estrada do Anjo
- Remodelação e ampliação da rede de abastecimento de água
- Remodelação da avenida Mouzinho de Albuquerque
- Construção do Bairro dos Pescadores
SAÚDE PÚBLICA
- Encetou a luta contra a tinha, doença que afectava as crianças em idade escolar e que acabou por ser erradicada.
CULTURA
Foi na sua presidência que foi criado o “Boletim Cultural”, inicialmente dirigido por Fernando Barbosa. Este precioso repositório de artigos de estudo e divulgação da cultura poveira continua a publicar-se regularmente, com altíssima qualidade, agora com Monsenhor Manuel Amorim como Director.
SERVIÇO PÚBLICO
- Abertura do Posto de Turismo no Passeio Alegre
- Instalação duma cabine telefónica na Praça do Almada, da maior utilidade para os taxistas.
- Criação do serviço de recolha domiciliária de lixo
Para além do que fica enumerado, muitos eventos de ordem cultural, social e artística tiveram lugar durante a presidência do Major Mota.
O que fica dito, porém, revela bem quanto a Póvoa de Varzim ficou a dever a esse Homem de raras virtudes, ao Presidente íntegro e incansável que dedicou toda a sua vida a servir o Concelho e as suas gentes.
A gratidão dos poveiros não se consubstancia apenas na imposição da Medalha de Ouro da Câmara, na atribuição do seu nome a uma rua, no erguer duma estátua em sua memória.
A gratidão pelo muito que a Nossa Terra deve a este Poveiro de eleição reside, principalmente, na memória e no coração de todos os poveiros.
Texto retirado do sítio GARATUJANDO.
Meu caro,
tenho estado atento às novidades da terra que deixas no blog.
Aqui, a novidade é o meu novo livro "As Histórias Possíveis", que já está à venda.
São dezasseis contos, a maior parte passados em Lisboa, mas há uns três ou quatro que acontecem em terras minhotas!
Espero que gostem!
Um grande abraço,
David
P.S.: Em breve envio a minha prenda de Natal: um conto inédito só para o blog de Ruivães.