quinta-feira, 15 de março de 2018

Arco

«Bombeiros de Ruivães»







Quantos mais acidentes/incêndios serão necessários para os órgãos decisores locais perceberem a necessidade da secção de Ruivães? Ou para informarem de vez a população que a mesma se encontra fechada? 
A preocupação é o lucro?! Nunca se esqueçam que uma Corporação de Bombeiros tem como lema: Vida por vida e não vida por lucro. 
É vergonhoso que no espaço de 3 ou 4 meses, na parte norte do concelho de Vieira do Minho uma casa de primeira habitação tenha ardido por completo e outra esteve em vias disso, não fosse a rápida intervenção dos familiares e vizinhos.
É importante que quem tem o poder nas mãos perceba que apoiar a população idosa não é só fazer convívios, festas e aparecer para as fotos. Num concelho maioritariamente envelhecido é iminente criar infraestruturas de suporte rápido de intervenção e nunca esquecer aquilo que quase sempre se esquece: apoio psicológico/reconforto no primeiro momento que se chega ao local da catástrofe para que quem se encontra a passar por situações de stresse seja reconfortado não só pelo que se perde fisicamente, mas pelas recordações e vivências. É urgente formar bombeiros. 
Agora, juntem tudo isto a mais três grandes pormenores: 1º o facto da freguesia de Campos e de Ruivães estarem a quase 30Km da sede do concelho, 2º a demora que isso representa em termos de mobilidade de meios e a existência de uma única rede de telemóvel. (Freg. Campos) 3º o desespero e a ansiedade pela chegada de meios de socorro. 
Sabem o quanto é difícil pedir Ajuda! É preciso morrer uma pessoa e chamar a comunicação social para a Câmara Municipal (Protecção civil), Direcção dos Bombeiros e Junta de Freguesia agir? 
Pensem, olhem e decidam este problema de uma vez por todas, sem malabarismos políticos como foi no passado bem recente!
Domingos Truta
2018-03-12

«A poda da Casa do Brás - Espindo»





A aldeia de Espindo encontra-se situada no sopé da Serra da Cabreira, localidade muito sujeita a geadas que assim colocam em risco as rebentações temporãs, apenas permitindo a poda por volta de fevereiro ou março, tarefa sazonal de que hoje vos quero falar. 
Nem sei bem porquê, mas para mim, a recordação da poda remonta ao tempo do meu avô, em que ainda pequenito já o observava com muita atenção. 
Adorava andar com ele no campo e ouvir as suas sábias palavras e as suas estórias, neste caso sobre a poda. 
Os podadores já por lá andavam na vinha desde cedo, de tesoura em riste e foice pendurada no cinto por detrás das costas; iria ser precisa para cortar as velhas cepas.
Chegado ao campo e depois da salvação, traduzida num “bom dia” a todos, fazia a vistoria ao trabalho feito. Alguma vinha era velha e de tantas pipas de vinho já dali terem saído, andava cansada e por isso deixar varas em excesso era um abuso para a videira tão antiga, por isso as varas deviam ficar com menos olhos; se de antemão se sabia que no ano seguinte dariam menos cachos também se tinha a certeza que a vinha ficava salva. 
O meu avô tinha muita confiança nos “seus” podadores, que após o falecimento do meu pai, havia escolhido a dedo, pois aquela actividade manual era ao mesmo tempo cerebral e técnica e eles sabiam isso quando tinham de tomar decisões, já que cada cepa requeria uma abordagem diferente, mas que eles sempre sabiam como resolver. 
E assim ia ouvindo as conversas dos adultos sobre o dia-a-dia, quase sempre acerca do trabalho, uma ou outra notícia do povo e do tempo, mas também sobre as tarefas que faziam e que a brincar deixavam em ditos de sabedoria popular. 
Volta e meia lá paravam para matar a sede e fumar um cigarro, da onça comprada na venda do Amadeu do Soares ou da Joaquina do José Maria, mas logo retomavam o trabalho com a mesma confiança e entrega de sempre. 
Sentia-me num mundo de magia! E essa magia aumentou quando um dia, com 13 anos apenas, passei a ser eu próprio a dar conta deste recado! 
A busca de melhores condições de vida determinou a debandada das gentes deste interior norte para o estrangeiro ou para o litoral, mas o “bichinho” deste trabalho ficou em nós! 
Assim, ano após ano ele nos chama e quase todos - Manuel da Vessada, Alvarino, Américo Pereira, Aníbal Pereira, Amadeu Santos, Amadeu Pinto, Norberto Barroca, José Pinto (Joca), André Pinto, Manuel Pereira, Manuel Cera e Ricardo Martins, para além do Romeu Fernandes, Albino Costa, Jorge Rosa e eu próprio -, respondemos à chamada e marcarmos presença. 
Para que estas maneiras de trabalhar não fossem esquecidas, a AJA Espindo – Associação Juntos Pela Aldeia de Espindo incluiu a poda da Casa do Brás no âmbito do seu Plano de Atividades e este ano complementou-a com várias execuções de enxertia, até porque podar é também uma arte! 
Muita arte se ficou a dever também à Balbina, à Albina e à Palmira, que nos permitiram desfrutar de um excelente repasto.
Guilherme Gonçalves (Casa do Brás – Espindo)
2018-03-12

Igreja de Ruivães (2013)




quarta-feira, 14 de março de 2018

Júlio Rodrigues - Primeiro Cabo




Júlio Rodrigues, conhecido como o "Tamanqueiro". Fotografia gentilmente cedida pela filha, Silvina Rodrigues Baía (Dora). 

Depois da lista apresentada na semana passada com os ruivanenses que foram à guerra de 14, iniciamos hoje a apresentação de algumas fotografias desses militares recolhidas até ao momento. 
Renovamos o apelo para que nos ajudem a recolher fotografias ou informações de todos eles. 

***

Fomos alertados para a discrepância entre a patente mencionada no título e a que se encontra nas divisas, razão pela qual mostramos também os documentos relativos ao processo militar, onde é referida uma promoção. 









Vale

Botica (2013)




quinta-feira, 8 de março de 2018

lusco-fusco III

A Poda da Casa do Brás - Espindo


A aldeia de Espindo encontra-se situada no sopé da Serra da Cabreira, localidade muito sujeita a geadas que assim colocam em risco as rebentações temporãs, apenas permitindo a poda por volta de fevereiro ou março, tarefa sazonal de que hoje vos quero falar.
Nem sei bem porquê, mas para mim, a recordação da poda remonta ao tempo do meu avô, em que ainda pequenito já o observava com muita atenção.
Adorava andar com ele no campo e ouvir as suas sábias palavras e as suas estórias, neste caso sobre a poda.
Os podadores já por lá andavam na vinha desde cedo, de tesoura em riste e foice pendurada no cinto por detrás das costas; iria ser precisa para cortar as velhas cepas.
Chegado ao campo e depois da salvação, traduzida num "bom dia" a todos, fazia a vistoria ao trabalho feito. Alguma vinha era velha e de tantas pipas de vinho já dali terem saído, andava cansada e por isso deixar varas em excesso era um abuso para a videira tão antiga, por isso as varas deviam ficar com menos olhos; se de antemão se sabia que no ano seguinte dariam menos cachos também se tinha a certeza que a vinha ficava salva.
O meu avô tinha muita confiança nos "seus" podadores, que após o falecimento do meu pai, havia escolhido a dedo, pois aquela actividade manual era ao mesmo tempo cerebral e técnica e eles sabiam isso quando tinham de tomar decisões, já que cada cepa requeria uma abordagem diferente, mas que eles sempre sabiam como resolver.
E assim ia ouvindo as conversas dos adultos sobre o dia-a-dia, quase sempre acerca do trabalho, uma ou outra notícia do povo e do tempo, mas também sobre as tarefas que faziam e que a brincar deixavam em ditos de sabedoria popular.
Volta e meia lá paravam para matar a sede e fumar um cigarro, da onça comprada na venda do Amadeu do Soares ou da Joaquina do José Maria, mas logo retomavam o trabalho com a mesma confiança e entrega de sempre.
Sentia-me num mundo de magia! E essa magia aumentou quando um dia, com 13 anos apenas, passei a ser eu próprio a dar conta deste recado!
A busca de melhores condições de vida determinou a debandada das gentes deste interior norte para o estrangeiro ou para o litoral, mas o “bichinho” deste trabalho ficou em nós!
Assim, ano após ano ele nos chama e quase todos - Manuel da Vessada, Alvarino, Américo Pereira, Aníbal Pereira, Amadeu Santos, Amadeu Pinto, Norberto Barroca, José Pinto (Joca), André Pinto, Manuel Pereira, Manuel Cera e Ricardo Martins, para além do Romeu Fernandes, Albino Costa, Jorge Rosa e eu próprio -, respondemos à chamada e marcarmos presença.
Para que estas maneiras de trabalhar não fossem esquecidas, a AJA Espindo – Associação Juntos Pela Aldeia de Espindo incluiu a poda da Casa do Brás no âmbito do seu Plano de Atividades e este ano complementou-a com várias execuções de enxertia, até porque podar é também uma arte!
Muita arte se ficou a dever também à Balbina, à Albina e à Palmira, que nos permitiram desfrutar de um excelente repasto.
Guilherme Gonçalves (Casa do Brás – Espindo)












Caminho em Frades (2013)




quarta-feira, 7 de março de 2018

Ruivanenses na I Guerra Mundial



O Corpo Expedicionário Português foi a principal força militar portuguesa que Portugal enviou para França durante a I Guerra Mundial (Grande Guerra ou Guerra de 14). Neste ano 2018 passam 100 anos sobre o fim do conflito, razão pela qual apresentamos a lista dos Sargentos e Praças de Ruivães que integraram o Corpo Expedicionário Português:

Abel Pereira de Campos - 2ºSargento - Regimento de Obuses de Campanha

Alvaro José Machado - Soldado
Brevemente apresentaremos algumas fotografias destes militares. A quem tenha informação que possa complementar estes artigos, desde já agradecemos a colaboração.

lusco-fusco II

Cancela em Frades (2013)




segunda-feira, 5 de março de 2018

Vila

«Enxertias e podagem»




Retirado d' O Jornal de Vieira nº 1056 de 1 de Março de 2018.

«A Câmara Municipal de Vieira do Minho vai promover, pelo quinto ano consecutivo, uma sessão prática de podas e enxertos, no âmbito do seu programa cultural económico e recreativo A acção é gratuita e decorre a 17 de Março, na Casa de Dentro - Capitão Mor, em Ruivães. A concentração dos participantes terá lugar, pelas 14h30, junto ao Posto de Turismo de Vieira do Minho, frente ao antigo Quartel dos Bombeiros, donde partirão para Ruivães em transporte oferecido, pela autarquia vieirense. À chegada, pelas 15h00 haverá uma palestra sobre poda e enxertia ministrada por um técnico da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Meia hora depois será a aula prática preparatória dos trabalhos de campo. No fim dos mesmos será o tempo da “prova dos vinhos e degustação de produtos da região” pelos trabalhadores. Os interessados em participar nesta tarde de trabalho agrícola e convívio social devem fazer a sua inscrição em: postodeturismo@cm-vminho.pt. tel. 253 649 240.»