domingo, 15 de outubro de 2017

«Ruivães: Como eu o vi este ano»





Mais umas férias se passaram, o mesmo que dizer tempo de convivência, do regresso às origens e acima de tudo a tomada de conhecimento do que novo há pela nossa vila. 
Há obra feita, sim senhor, traduzida nalguns melhoramentos e alguma inovação, como há também aprovação por uns e contestação por outros sobre o que foi feito (ou se está a fazer). 
Em Ruivães – e não só, já que se trata de uma enfermidade nacional – é apanágio da nossa gente reclamarem porque não se faz, mas quando se faz as opiniões divergem, uns acham bem outros contestam, mas só aí opinam como devia ter sido feito. 
É um facto que é difícil agradar a gregos e troianos, mas o tempo que é bom conselheiro, acaba por levar ao esquecimento e mais não se diz. 
Eu já fui critico nestas páginas que o Jornal de Vieira me põe à disposição -já lá vão mais de vinte anos -, mas foi sol de pouca dura, porque ao apontar o que de mal havia na vila, fui acusado de estar a–“dizer mal da terra”, ainda que a crítica fosse construtiva. Foi então que me dediquei a outro tipo de escrita, sempre versando Ruivães, mas enaltecendo os usos e costumes da terra, as tradições que a minha memória gravou, as gentes que o tempo não fez esquecer, em suma; a minha vivência em Ruivães, que me leva às décadas de quarenta e cinquenta do século passado.

Hoje, porém, vou reviver um pouco a minha condição de crítico, abrindo aqui um “parêntese” sem no entanto - assim espero – ferir sentimentos. 
Como sempre faço, inteiro-me ao chegar a Ruivães do que de novo há por lá, destacando a capela mortuária em construção, a intervenção na base do pelourinho e o trilho ao longo do Saltadouro de ponte a ponte, e pouco mais. 
Sobre a capela mortuária, nada a dizer, é uma mais valia que há muito era necessária. 
Já sobre a intervenção na base do pelourinho, ouvi tantos e contraditórios comentários, evitando revelar o que penso porque sou amigo de toda a gente e dessa forma evito conflitos. 
No entanto, aqui, vou dar o meu parecer na minha condição de ruivanense. 
Acho muito bem que se preserve o monumento pluri-centenário, o verdadeiro ex-libris da nossa vila. O que tem acontecido ao longo dos tempos na base em que assenta e no largo onde está inserido, das várias intervenções a que tem sido sujeita, esta para mim é a mais aceitável. Apenas peca pelas suas dimensões, pois uns bons centímetros a menos na sua área era o que se impunha. 
Deveria ter-se levado em conta que pelo largo se circula nos dois sentidos, para além de pelo direito que lhes assiste, os residentes no largo aí estacionarem as suas viaturas. 
Ora o estreitamento desse espaço, principalmente junto à ”casa do Hermínio”, dificulta -e de que maneira – a circulação. Mas… está feito, está feito. 
O trilho, vem na altura em que por esse país fora surgem iniciativas destas. Está espectacular, mas… (há sempre um–“mas”) deveria ter uma divulgação - que tem faltado também à praia fluvial. 
Deveria ainda como complemento, ter sido feita uma intervenção mais alargada ao passar pelo histórico poço de Maria Pereira, como devia ter uma ligação ao caminho - por mim tão badalado – que partindo debaixo da ponte termina na capela da Roca. É que quem faz a caminhada, não leva carro, e mesmo quem se destine ao rio está impossibilitado de utilizar um percurso fresco quanto baste (ao contrario da soalheira que os premeia pela estrada aliado a outros perigos inerentes). 
Porquê, esse caminho este ano nem sequer foi limpo? 
Quem não reparou nos grupos de jovens (e não só) que diariamente se deslocavam (a pé, claro) para o rio, tendo de o fazer pela estrada num percurso sem bermas e onde os carros passam a grande velocidade, alheando-se das “fintas” que se tem de fazer para não se ser atropelado. 
Será necessário acontecer um “atropelo em massa” para então sim se pensar seriamente nesse caminho e na sua utilidade indiscutível cuja limpeza não é certamente tão dispendiosa que se não possa efectuar pelo menos uma vez no ano? 
Que saudades – e estão comigo os meus contemporâneos – do tempo em que enchíamos esse caminho de clamor, em correrias e tropelias em direcção ao Traves, ao Maria Pereira e ao Chabouco! 
Por aqui me fico, esperando quem de direito não descure nada do que de bom Ruivães merece.
Joaquim F. de Barros
2017-10-12

sábado, 14 de outubro de 2017

Tomada de Posse dos novos órgãos autárquicos























Decorreu hoje à tarde na sede da Junta de Freguesia no Largo da Vila em Ruivães, a Tomada de Posse dos novos órgãos autárquicos da União de Freguesias de Ruivães e Campos para o quadriénio 2017-2021, resultantes das eleições realizadas no passado dia 1 de Outubro. 
Os órgãos ficaram assim constituídos: 
Junta de Freguesia
Presidente - Manuel Pereira
Secretário - Jorge Filipe Pereira do Gago
Tesoureiro - António Lages Dias Pereira
Assembleia de Freguesia
Presidente - Paula Maria Pereira de Sousa Fernandes
João Manuel Pires Pereira
Silvina Maria Pereira Azevedo Cerqueira
Luís Manuel Miranda Alves
Jorge Vilar Fernandes Azevedo
Manuel Azeitono do Barreiro
Virgínia Magalhães

Moinho

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O canal

Concurso de Mel: 1° lugar

O mel da Casa Escorrega de Espindo acaba de ganhar o primeiro lugar no Concurso de Mel da Feira da Ladra. Na fotografia, o Joca recebe da Vice-Presidente da Câmara Municipal Dr.a Elsa Ribeiro o respectivo diploma de premiado.

Árvore

«Minas da Borralha»








«Paralelamente, a ideia de aprofundar a investigação ganha forma. Começa a desenhar-se uma extensão natural do Arquivo Imaterial das Minas da Borralha, que sistematize o conhecimento e a experiência adquiridas nos últimos anos. (…) Durante cerca de três anos, completamente a expensas próprias, motivado pela resiliência e alguma teimosia, alheio ao fenómeno do desemprego, que experimentei durante largos meses, exploro os principais arquivos mineiros do país na tentativa de interpretar o puzzle que é a história das Minas da Borralha.»

Retirado do livro “Minas da Borralha” de Pedro Araújo – 1ª edição: Março 2017



No extremo sul do concelho de Montalegre, na fronteira com o concelho de Vieira do Minho, com vista para o imenso Gerês e na sombra da serra da Cabreira repousou, durante séculos, uma das maiores jazidas de volfrâmio do país.
Descobertas por acaso do destino por um moleiro ainda no século XIX, as Minas da Borralha rapidamente se tornaram no epicentro de uma indústria que se veio a revelar fundamental para a economia nacional. A imensa riqueza do subsolo barrosão logrou atrair dezenas de milhares de operários que, durante décadas, construiram de raiz um dos mais sofisticados e cosmopolitas centros mineiros de Portugal.
Acompanhar a história das Minas da Borralha é conhecer uma parcela muito significativa da história do subsetor do volfrâmio no século XX. Das dificuldades de instalação da concessionária, das crises dos períodos pós conflitos mundiais, passando pela sombria década de 1920 e início de 1930 até aos fenómenos de contrabando do volfrâmio, em larga e pequena escala, sobretudo na primeira metade da década de 1940.
Apresenta-se aqui a primeira parte da história do Couto Mineiro da Borralha, desde a sua origem, em 1900, até ao início da década de 1950, onde será desenhado um novo paradigma industrial no que ao subsetor do volfrâmio diz respeito.