sábado, 16 de janeiro de 2010

Câmara quer contrapartidas pelas barragens
Está previsto para hoje lançamentodo reforço da potência na central hidroeléctrica de Frades
2010-01-13
EMÍLIA MONTEIRO

O início das obras de reforço da potência na nova central hidroeléctrica Venda Nova III, em Vieira do Minho, relança a discussão sobre os apoios que a EDP dá às localidades onde constrói as barragens. Autarcas locais querem contrapartidas.

"O município de Vieira do Minho tem de receber mais contrapartidas da EDP do que aquelas que actualmente recebe", disse, ao JN, Jorge Dantas, presidente da Câmara Municipal.

Depois do adiamento por causa da neve, anteontem, hoje de manhã será lançada a primeira pedra para o reforço da potência na central hidroeléctrica Venda Nova III, na central de Frades, em Ruivães. Vieira da Silva, o ministro da Economia, e António Mexia, presidente do Conselho de Administração da EDP, vão formalmente iniciar uma obra de 350 milhões de euros que aumentará a potência da central existente e deverá começar a produzir energia para a rede em finais de 2015. Ainda que não confirmado, é ainda esperada a presença do primeiro-ministro, José Sócrates.

"É uma grande obra, tal como outras que a EDP já tem no concelho de Vieira do Minho, mas a população tem de começar a receber benefícios por viver num município que tem quatro albufeiras, diversas estruturas da EDP e um parque eólico", frisou Jorge Dantas.

O presidente da Câmara afirma que já enviou uma carta ao director da EDP/Norte a pedir uma reunião "urgente". A intenção da Autarquia é criar uma parceria permanente com a EDP para a realização de projectos a médio e longo prazos.

"É da maior justiça que, em freguesias como Ruivães e Salamonde, que têm muitas infra-estruturas da empresa de electricidade, recebam patrocínios para obras como a construção da sede da Junta de Freguesia ou arranjos urbanísticos em praças públicas", salientou Jorge Dantas.

Também Jorge Vilaça Azevedo, presidente da Junta de Freguesia de Ruivães, acredita que a EDP pode ser parceira no desenvolvimento local. "Estamos a 50 quilómetros de Braga, mas só temos 990 eleitores, porque a maior parte do terreno da freguesia está ocupado por água das barragens da EDP ou por obras da empresa", disse.

Crescimento

Durante a obra, as freguesias de Ruivães e Salamonde deverão viver um período de crescimento no comércio e na restauração local, devido ao número de trabalhadores que vão afluir para aquela região. Entre os cerca de 300 trabalhadores, os autarcas acreditam que alguns serão de Vieira do Minho, contribuindo assim para a redução do desemprego.

A nova unidade será constituída por uma central subterrânea em caverna, um circuito hidráulico em túnel e diversos poços e túneis auxiliares de acesso. A central será equipada com dois geradores reversíveis com uma potência total de 736 MW.

Com a construção do túnel, os inertes retirados do local serão depositados em Salamonde (a oito quilómetros da obra) num espaço que será depois arborizado.


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