quarta-feira, 24 de junho de 2015

Zebral





Novamente, a(s) propriedade(s) que publicamos a cancela há uns dias atrás, agora, uma fotografia sobre o muro, tentando captar a perfeição dos mesmos e o seu bom estado na delimitação das parcelas, bem como a estrada para Zebral que se vê ao fundo, a curva antes da ponte.

V Encontro ruivanense em Lisboa


Decorreu no passado dia 21 de junho, no belo Terraço do Clube Ferroviário de Portugal em Lisboa, o já tradicional Convívio de Ruivanenses!
Ainda que em menor número por referência aos anos anteriores, mas nem por isso, o convívio e a boa disposição deixou de estar sempre presente! O Joaquim, uma vez mais, no final do repasto, bridou os presentes com as suas sempre hilariantes histórias!
Quanto ao almoço, nada a apontar. Parabéns à empresa de catering Sul Festas! Comentava-se -, que apresentação, tanta coisa, que delícia... desculpem, não teço mais comentários para não vos deixar água na boca!
Enquanto anfitrião e um dos organizadores, quero manifestar a todos os Ruivanenses, nados ou não nas nossas queridas aldeias, pelas suas presenças neste nosso Convívio. Agradecemos de uma forma geral a todos os que compareceram, pois, sem a presença destas pessoas, todos os esforços na organização do evento seriam em vão. Todavia não esquecemos todos aqueles que, por motivos vários, não conseguiram estar presentes fisicamente, mas que a maior parte, deram desse facto conhecimento!
Aproveitando o embalo, não poderíamos deixar de referir quem se juntou de “peito aberto” a esta comissão organizadora, o nosso amigo António “Galego”, para colaborar já a partir do próximo evento!
Com a efectiva participação de cerca de 50 pessoas de diferentes partes do nosso rectângulo de Ruivães, temos toda a legitimidade de nos sentirmos orgulhosos, pois foram muitos os comentários positivos que recebemos, que elevam e dignificam o trabalho realizado!
Ficou apalavrado que o VI Convívio, venha a ter lugar no 1.º domingo de junho de 2016. Registem esta data nas vossas agendas!
Por fim, queremos ainda deixar um agradecimento especial ao Manuel Canela que foi fazendo as fotografias, para poder ilustrar este registo para memória futura, para além de algumas “chapas e texto” com o cunho deste vosso amigo e conterrâneo, nascido numa das mais belas Aldeias de Portugal (Espindo – Ruivães – Vieira do Minho)!
Saudações amigas do Guilherme Gonçalves






















Zebral




terça-feira, 23 de junho de 2015

Montes de Zebral




Ladeando o muro e a cancela que mostrávamos há uns dias, segue-se pelo caminho até aqui. Daqui a vista é muito bonita, apesar de o monte estar muito "despido" fruto dos incêndios dos últimos anos. De costas para a fotografia, tem-se uma vista privilegiada para a aldeia de Campos.

Montes de Zebral





segunda-feira, 22 de junho de 2015

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A rega


Junto aos caminho em Trás-os-Montes há muitas águas boas e fresquinhas. Passam-se a vau, a direito, se há pouca água e pouca profundidade.
Há pontes dum ou mais arcos, romanos ou góticos. São lindíssimas, cheias de história e lendas com a da Misarela.
Pontilhão – é a ponte de pedra mais pequena, sobre um regato, com grandes lousas, sobre colunas bem alicerçadas. Em certos pontilhões estas lousas apoiam sobre traves de carvalho. Em Fiães, a ponte sobre o Cávado é de pau.
Pondra, ou ponderado – são grandes pedras nos rios e regatos com pouca profundidade, para passar a pé. Têm as pedras da largura do passo da gente, de 10 ou 20 pedras. Os bêbados que por ali abundam se por lá passam, é caída certa.
Cano – é um rego largo coberto com lousas ou pedras por cima, para se poder passar nele ou para impedir que o rego se atupa. Alguns passam debaixo de casas e de cortes. São de pedra.
Caneleiro ou caleiro – é uma cana de pau ou de pedra, que atravessa outro rego, que leva água para outro destino. Há-os nos lameiros para aproveitar águas do mesmo dono, ou para fazer passar a água, onde, doutro modo, não subiria.
Porto – sítio que junta muita água, em sítio estreito, passando-se a pulo, ou salto, ou por pondras, pedras ou pontilhão.
Cada povo tem a sua lei centenária ou milenária pela qual ainda hoje se rege, na rega.
Há vários motivos de zangas e rixas por causa da rega, das horas, dos roubos de água, etc.
Junta-se o povo aí por Junho para abrir os regos da rega, que vêm de longe das altas serras e para grandes poças, na coroa do povo. Juntam a água de todos os montes e nascentes, tirando-a aos lameiros particulares, que neste período têm de a ceder.
As poças estão cheias, por causa dos incêndios, tão frequentes. Se alguém a abrir tem que a tornar a encher, nas horas da sua rega. Nalgumas terras cada lavrador tem duas horas de rega de dia, e de noite, quatro, em cada roda. Os cabaneiros têm uma hora, por dia, na roda, e nada de noite. De noite, começa por uma ponta do povo e de dia noutra. Alguns povos têm várias águas e vários regos. Cada água e rego tem os seus herdeiros, pois a água herda-se, com as terras. Cada herdeiro conforme são os terrenos, assim tem mais água ou menos.
Noutras terras o que tem mais horas a regar, tapa as poças à noite, ao escurecer, e abre-as de manhã cedo e avisa os vizinhos que regam no mesmo dia, para regarem a seguir a ele. Assim uns regam conforme os terrenos, durante um dia seguido, ou 12 horas, 6, 4, 3, 2, 1, etc.
As horas são marcadas pelo sol, com relógios de pedra, ou por convenções de horas; assim, é meio dia, ao dar o sol em tal sinal, ou pedra. (Em Vilar eram as esquinas do Paço – em Cabril é a Pedra do Sol). Hoje há os relógios de torre, de sala e de bolso ou pulso. Nem saches em Maio nem regues antes de S. Paio.
Há outras águas mais abundantes que dão para dois vizinhos ao mesmo tempo, sem precisar de poças. O que tem mais horas tem a preferência de regar antes. Em Tourém no tempo da rega fazem-se os roteiros, ou bilhetes, guiando-se por um roteiro antigo, dando ao povo, junto, a cada qual o seu bilhete dizendo as horas e com quem tem de se juntar para regar.
É a Junta de Freguesia quem faz o roteiro.
A tanda é o período de 15 dias de água, por vários vizinhos.




Retirado do livro “Etnografia Transmontana – Usos e Costumes de Barroso”, de António Lourenço Fontes, já aqui mencionado.

Tojeira (com cores de Outono)




Serradela













Zebral (visto de Campos)




(carregar na fotografia para melhor visualização)