quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Pelourinho de Ruivães

 



 

6 comentários:

Vespertino disse...

A conservação deste monumento histórico tem sido da cor do céu da foto!!!Quase negra!!!Pouco tempo se dedica aí em Ruivães ao que é histórico!!!

lindadaserra disse...

Alguém se dedicou. Saiu um livro com a chancela do Município sobre arqueologia no Concelho de Vieira do Minho.
Embora com algumas falhas(que sempre as há numa obra que é sempre imperfeita), o estudo aí feito pelo Departamento de Arqueologia da Universidade do Minho, aponta Ruivães como uma das Freguesias com um Património riquíssimo.
Quanto ao Pelourinho, já aqui foi dito, em jeito de brincadeira, que deviam lavar a pedra. Mas é claro, que os monumentos devem ser zelados, não sei se devem ser lavados porque isso tirar-lhes-à a característica da antiguidade.
Porém, zelados devem ser. E este até me parece que tem sido.
É do tempo da anterior Junta, a colocação de pilares a circular a base para uma maior protecção do monumento. Mas de vez em quando, os carros e os tractores deitam os pilares abaixo.
As ruas são estreitas e o largo do Pelourinho até serve de rotunda e de parque de estacionamento.
Numa aldeia, não vejo mal nisso. Não podemos levar os carros para cima do telhado, não é?
Portanto meu caro, não se lastime. Cá em Ruivães até gostamos muito do que temos a avaliar pelo conteúdos do Blog cujo "dono" nos tem proporcionado belas paisagens.
ALÉM DO MAIS A FORCA CONTINUA LÁ PARA QUEM SE PORTE MAL!!! (Já não se usa e ainda bem, embora muitos e muitas pudessem passar lá em cima, penduradinhos, alguns segundos, de corpo inteiro e nunca decapitados, para ver se aprendiam a ter tento na língua!)
BOAS FÉRIAS!

Ruivanense Adoptivo disse...

Este pelourinho, pelo que é e pelo que representa, é como todos os outros, digno do maior respeito e até da maior veneração. Conforme está escrito no comentário acima, até tem sido motivo de preservação por parte da Junta de Freguesia.
Mas a vetustez destas pedras não aconselha a que se proceda à sua lavagem ou limpeza, para que não percam a "patine" que o passar dos séculos lhes emprestou.
Actualmente há processos de limpeza das pedras, até com jactos de areia ou produtos químicos, mas não é bom que se usem em monumentos graníticos. Os de mármore, pedra macia e sujeita a "doenças", esses sim, podem e por vezes devem ser alvo de operações de limpeza mais profundas.

lindadaserra disse...

Notícia sobre lavagem da pedra em monumentos:
Ciências da Terra da U.M. estudam 'doenças' da pedra (Correio do Minho - sítio: Portal da Cidade)


Na recuperação da Igreja da Misericórdia de Braga foram utilizadas técnicas avançadas de conservação de monumentos. Especialistas da U.M. deram novos passos no conhecimento das “doenças” da pedra.
José Paulo Silva

A recuperação da fachada da Igreja da Santa Casa da Misericórdia Braga, concluída o ano passado, permitiu a experimentação de técnicas inovadoras de salvaguarda e manutenção do património construído.
Tecnologia laser para a remoção de manchas provocadas pela poluição atmosférica e a colocação de um sistema electrostático para dispersão de aves - também responsáveis pelo estado de alguma degradação a que chegou a rica fachada renascentista daquele templo - foram duas das tecnologias usadas, num trabalho acompanhado por uma equipa de especialistas do Departamento de Ciências de Terra da Universidade do Minho (U.M.), coordenada pelo prof. Carlos Simões Alves.
Após o restauro, no qual foram investidos mais de 40 mil euros, a fachada da Igreja da Misericórdia voltou a apresentar um aspecto mais próximo da traça original, embora não tenha sido possível recuperar alguns elementos artísticos, definitivamente perdidos por força da acção dos agentes poluentes ao longo dos anos.
Carlos Simões Alves destaca a importância do “diagnóstico” que foi efectuado, permitindo identificar todas as patologias que afectavam a pedra da fachada do templo. “A Misericórdia, antes de fazer a intervenção, pediu uma coisa que, nos trabalhos de recuperação do património é muito rara, mas que deveria ser do senso comum, que é fazer um diagnóstico”, salientou aquele especialista , em declarações ao “Correio do Minho”
Para além de muita infestação biológica, a fachada sofria da degradação provocada pela poluição atmosférica e pela acumulação de excrementos de aves.
Feito o diagnóstico, o trabalho de restauro, a cargo de uma empresa especia- lizada, decorreu a três níveis: remoção da infestação biológica e das crostas negras, consolidação dos elementos em risco de desprendimento e a impermeabilização das cornijas para evitar a degradação futura.
Carlos Simões Alves explica que, para além remoção de manchas negras, através da aplicação de agentes químicos, houve porções da fachada com pouca coesão onde foi necessário recorrer à limpeza por laser. Trata-se de uma tecnologia importada de Espanha, muito pouco usada no nosso país para este tipo de trabalhos, mas considerada “muito eficiente”.
Limpa a fachada, os técnicos trataram de a preservar melhor no futuro, nomeadamente através da “impermeabilização das cornijas, utilizando mate- riais plásticos em vez de argamassas que poderia introduzir novas contaminações”. Os elementos artísticos fracturados foram “consolidados num trabalho quase cirúrgico”, adianta aquele investigador da U.M.-
Os pombos e outras aves que por ali pousavam, contribuindo com os seus dejectos para a corrosão do granito, foram afastados para longe com a instalação de um sistema electrostático de impulsos de alta tensão. O sistema afugenta as aves sem as ferir, assegura o provedor da Misericórdia, Bernardo Reis.

NOVOS “REMÉDIOS” PARA A PEDRA

O trabalho realizado pelos investigadores da U.M. na Igreja da Misericórdia não é pontual. No Largo do Paço está montada uma estação de investigação das condições de deposição doa agentes poluentes nas fachadas dos edifícios.
O Departamento de Ciências da Terra está a desenvolver um projecto de investigação dos factores que contribuem para a degradação do material pétreo em Braga, Évora e Moncorvo. O estudo visa comparar o comportamento da pedra perante condições naturais e poluentes diversos.
“Provavelmente ainda este ano vamos apresentar projectos de aplicação das novas técnicas de recuperação da pedra”, adianta Carlos Simões Alves."

PS.Recentemente aconteceu o mesmo com o Mosteiro dos Jerónimos e a Sé de Lisboa, entre outros.

marceano vasconcelos disse...

Procurando novidades sobre este tema, emcontrei este vosso blog.
Tenho 66 anos, de boa saude.. sou eng. químico belga, especializado então (67) em tintas e vernizes.~neste últimos 18 anos dediquei-me à pedra. Industrial de início, fábrica em Salvaterra, tentativa nos States para exportação com sede em Dayton-Ohio-, desde 1993 avançando nos tratamentos superficiais, derivando depois para o embutimento de resinas na pedra,depois para a microgravura, projecto a que me dediquei. Onde,penso com a humildade necessária, o nosso trabalho foi impar, no planeta. Parece que ainda é.
Fomos tão longe como dominar o traço, geométrico ou criativo, até aos 0,17 mm de espessura. O que permite reproduzir qualquer documento histórico, institucional, em qualquer pedra. Em positivo ou em negativo. Utilizando a côr da pintura, na natureza necessária para uma resistência máxima no exterior. Acrílicos e epoxídicos.
O dosssier "tratamento superficial" abandonei-o em 95, por falta de mercado. Contudo, então, estava documentado em diversas técnicas mecanicas e químicas para a limpeza e restauro de pedras já "podres" nos países centrais da Europa, onde as humidades e poluição citadina permanentes, punham graves problemas nas técnicas aplicáveis. A técnica que mais me impressionou então era a de um jacto em espiral, controlável, de água e..?? procurarei arquivos, neste momento não sei se os guardei.
De qualquer modo recordo dessa época o nome de Carlos Simões Alves no estudo das paredes da Torre de Belém e dos estudos dos Jerónimos. O especialista. Então não havia net, 96?? Mas guardei em tais arquivos..cópias de trabalhos então publicados pelo Mestre.
Achei demasiado agressivos os trabalhos da Torre e do portal dos Jerónimos. Além de que, obter uma concessão para orçamentar um trabalho desse género exige conhecimentos na administração pública, quando não se trabalha numa universidade.
Nessa altura já tinha derivado para a microgravação, já tinha o 1º Canto dos Lusiadas gravado, destinado à Expo98, já tinha oferecido à Embaixada dos EUA a reprodução da Declaração de Independência desse país, que foi colocada no seu pavilhão da Expo. Já tinha proposto a gravação do Monumento dos Mortos no Ultramar. Trabalho não nos entregue mas que foi seguido rigorosamente segundo a nossa proposta...a decisão foi administrativa, dentro da Liga dos Combatentes...
Até tinhamos proposto reproduzir os emblemas das 3.500 unidades que foram a África. Também lá estive~, daí o interesse também afectivo de tal obra~.
Em suma, o meu registo aponta mais de 22.000 peças produzidas, em gravação, desde 96. Trabalho para o mestre João Cutileiro quando necessita.
Vou tentar uma vez mais o NARA, Washington, o museu dos arquivos históricos.
Neste momento da vida o entusiasmo é mais profundo porque sei que o trabalho valeu.
E a vida cobrou...

Este texto que vos escrevo introduz um pouco de saudade por ideias paradas, sonhos técnicamente realizados, esperança de, ainda agora, continuar.
Porque acho que valeu.
O nosso País talvez...não mereça tanto, arredada que está a Cultura da nossa vivencia de sobrevivencia.
Publiquei há 2 ou 3 anos as fotos relativas a Camões e à peça da Independencia, queiram tentar se vos aprouver:
"Sorrindo (smiling)"no google.
Para quem gosta da pedra, será um prazer mostrar.
Respeitosos cumprimentos
Marceano Vasconcelos - Olhão

marceano vasconcelos disse...

Há pouco fiz um comentário, deu erro, mas pode ser que tenha sido enviado. Amanhã verificarei se foi realmente enviado/publicado e na negativa reporei o comentário sobre o tema.
Os cimentos plásticos são bem aplicados desde que sejam epóxys.
O poliester descola dado que ao se "curar" tem uma contracção de 7% e a dilatação/contracção da pedra provocada pela temperatura ambiente ao fim de alguns anos, provoca tal échec.
A única resina-no mercado- é a epoxídica. É mais cara mas resulta "eternamente"...durará mais que a própria pedra, no futuro..Tem um tempo de vida mais curto, na aplicação. Mas valerá a pena.
Cumprimentos
Marceano Vasconcelos