quinta-feira, 11 de julho de 2013

Há festa na “minha” aldeia!


O Lugar de ESPINDO da Freguesia de Ruivães, Concelho de Vieira do Minho esteve em festa nos passados dias 5, 6 e 7 de julho último, em honra de Santa Isabel.
No primeiro fim-de-semana de julho, celebra-se o dia da Padroeira, devoção festiva e centenária.
No Seu pedestal colocado bem no cimo do Altar, encontra-se a Imagem desta Santa tão querida que com o seu ternurento olhar recebe todos quantos a ela recorrem, naqueles momentos menos bons e parece saudar e desejar aos filhos da aldeia, um bom regresso, um dia, á terra que os viu partir!
Longe das questões teológicas, a grande preocupação da maioria das comissões de festas, (mordomos) é a agenda da festa. No primeiro sábado de julho, o reportório musical e o fogo de artificio atrai grandes multidões, mas o ponto alto é no dia seguinte com a chegada da banda filarmónica a acompanhar a Imagem da Santa com os mordomos a recolher as “ofertas”, a que se segue a celebração da missa da festa, uma majestosa e vistosa procissão com andores de vários Santos que a própria Capela contempla. O brio e profissionalismo dos armadores em colocar um andor mais bonito que o outro, uns cobertos de flores naturais e outros forrados com cetim, brilhantes, pérolas, fitas douradas e outros adornos que dão um certo brilho á procissão, mas o da Santa Isabel sobressai sempre mais que os outros o da padroeira, que até os mais incautos forasteiros vindo a primeira vez o conseguem identificar. A procissão sai da Capela percorrendo a rua principal até ao cimo do Lugar, dando a volta na Eira de Cima, descendo a mesma rua até ao passadiço da casa do Barbado, virando para o caminho da Poça do Palheiro, Palheirinhos, Carrascal e Lama, entrando pela parte Este do recinto da Capela.
Pelo caminho percorrido, as janelas que dão para a rua estão engalanadas ostentando colchas de cetim e outros adornos de várias cores que vão dando á rua outra alegria quando os andores passam. As pessoas espalham pétalas de flores de várias cores sobre as imagens. Os andores são transportados aos ombros, essencialmente pelas gentes da aldeia!
A Procissão de Espindo, rica na beleza e na forma, é pautada pela diferença de todos os restantes Lugares e Freguesias do Concelho, o que a torna única, em virtude da sua interessante arquitectura, a qual determina que os andores tenham de passar os dois passadiços (o da casa da Bolata e o da casa do Barbado) deitados! Hà cerca de 15 anos, existia um 3.º que se situava entre as casas do Sr. João e do Sr. Manuel do José Maria. Estes passadiços, tão desejados por todos quantos ombreiam com os andores, pois permitem, por duas vezes o tão merecido descanso dos ombros!
Pelo meio da procissão vão as pessoas que fizeram promessas ao longo do ano. Atrás do palio, segue a banda filarmónica que vai marcando o compasso ao ritmo do som das melodias religiosas a condizer com a festividade. Ao recolher a procissão á Capela, o pároco com os fieis agradecem a Santa Isabel com a ladainha em sua honra, terminando com a bênção do Santíssimo Sacramento... De seguida, duas ou mais horas da tarde, o almoço está á espera que toda a família e convidados se reúna em volta da mesa, porque se faz tarde e o tempo neste dia todo ele é pouco! O convívio dos amigos e familiares, prendem todas as atenções das festividades.
Espindo não foge á regra, porque as aldeias mais recônditas e as terras escassamente povoadas, ganham nova vida nestas alturas, que só se voltará a repetir, «se Santa Isabel quiser» para o próximo ano!
Muita paz e alegria nos nossos lares, são os votos daqueles que ficam e partem para longe, mas sempre com Santa Isabel no coração.
Guilherme Gonçalves (Casa do Brás – Espindo)


3 comentários:

Anónimo disse...

Esta descrição da Procissão de Santa Isabel em Espindo pelo Guilherme Gonçalves é um verdadeiro testemunho de religiosidade de quem tem o condão de nelas participar.

Ruivanense adoptivo

Anónimo disse...

obrigado Guilherme pelas fotografias e por esta descrição da Festa de Espindo, em particular, da procissão.
as festas são um bom motivo para o convívio entre as gentes das "nossas" aldeias, convívio que hoje em dia tanta falta faz.
paulo miranda

Anónimo disse...

Eu adoro a minha aldeia (ESPINDO) quando chego la parece estar num paraisio tudo esta OK uma pessoa sente se tao bem. Sabendo que foi la que os meus pais eram crianças nessa terrinha ainda me faz mais adora la mas nota se bem que o meu padrinho Guilherme è mesmo louco por esse lugar, na minha infancia com o meu padrinho Guilherme passei muitos momentos com ele a trabalhar ... cortar feno etc etc mas hoje talvez foram os melhores momentos que la passei e por isso OBRIGADO PADRINHO