domingo, 25 de abril de 2021

Igreja de S. Martinho de Ruivães




Designação: Igreja de S. Martinho de Ruivães
Tipo de Sítio: Igreja 
Período cultural: Idade Moderna
Estilo artístico: Arquitectura Vernácula
Classificação: Não

Igreja paroquial de Ruivães, dedicada a S. Martinho. Tem nave e capela-mor rectangulares, com sacristia adossada. É construída em alvenaria granítica de aparelho regular, apresentando cobertura de duas águas sobre cornija, com pináculos e cruzes latinas de granito a coroarem as empenas. A torre sineira encontra-se adossada à fachada. No interior destaca-se o retábulo policromado, os altares laterais e os tectos pintados, na nave com a figuração da cena em que S. Martinho corta a sua capa para a dar ao pobre. Esta igreja, datável do século XVIII, veio substituir a primitiva igreja de S. Martinho de Vilar de Vacas, assim designada no século XI no Censual do Bispo D. Pedro e que corresponde hoje as ruínas de S. Cristóvão. 


Património Arqueológico e Arquitectónico de Vieira do Minho, Luís Fontes e Ana Roriz - Município de Vieira do Minho - 2007


















































































Bom dia


Festas de Ruivães - Procissão (2011)


 

sábado, 24 de abril de 2021

«Sentir Espindo!»

 

«Perante a evolução favorável da pandemia de Co­vid-19, resultante das medi­das tomadas ao abrigo do estado de emergência, e em linha com o plano fa­sea­do de desconfina­mento, en­ten­de-se contudo que deve imperar a cautela, salvaguardando todas as precauções associadas!
Porém, em abril é mês de ode à poesia da natureza na Serra da Cabreira. Tal noiva vaidosa, desejosa de ser contemplada, a serra ves­te-se de várias cores num es­pe­táculo deslum­bran­te digno de se ver.
Locais privilegiados para contemplar esta paisagem, as­sinalada pela minha “ca­ne­ta”, são mesmo os montes da Costa ao Talefe, pas­san­­do pela Arandosa, Bor­doa­da de Jadêlo, Serra­de­la, Cabeça da Vaca aos Por­di­tei­ros, tudo isto na aldeia de Espindo.
Com as temperaturas a su­bir e a natureza a chamar, o que não faltam “por aí” são sugestões para “ir” e novos tri­lhos para conhecer nesta serrana aldeia de Espindo (Aldeia de Portugal), da freguesia de Rui­vães do concelho de Vieira do Minho.
Em notícias já publicadas neste jornal, para alem da tranquila e fantástica paisagem, muitos são os motivos de interesse para descobrir nes­ta aldeia, da simplicidade das suas gentes ao seu edificado e onde que se des­tacam: a casa do forno comunitário, a casa dos alpinistas, os tanques comunitários, o polo interpretativo do lo­bo, os nichos das al­mi­nhas, o cruzeiro – sino – ca­pe­­la de Santa Isabel e sua réplica, os parques de merendas da Serradela, concelho de Baldios/Associação juntos pela aldeia de Espin­do e de Santa Isabel, o cas­ta­nheiro centenário do ai do rio do Brás e da vide ame­ricana, também centenária, da casa do Manuel da Cera que em fotos aqui hoje se destaca, não apenas pela sua longevidade, altura, mas também pela grandeza da sua copa que cobre toda a ramada!
Nesta aldeia, em alojamento de gestão particular, é possível pernoitar na Ca­sa da Gaiteira, que dispõe de quartos com paredes em pe­dra exposta. A unidade apresenta uma piscina exterior rodeada de espreguiçadeiras e guarda-sóis, para que no final da visita/passeio/caminhada possa aproveitar de um merecido descanso!
Obrigado por visitar a nossa aldeia!»

«O Senhor "Cunha"!»


 



«Quando era pequeno, em conversa com os amigos, vi­nha sempre à baila aquela pergunta sacramental “que queres ser quando fores grande”?
Ora, numa terra do interior e no tempo em que era, não tínhamos muitos exemplos em que nos basear. Por isso, uns queriam ser “dou­tores”, outros padre e outros ainda professores.
No meu caso, cedo se deu uma mudança brusca da aldeia para a grande cidade, e aí, embevecido com tanta coisa que desconhecia, o meu futuro ficou baralhado porque raro era o dia em que não aspirasse vir a ter uma profissão diferente. A minha fa­mília ria-se das mi­nhas op­ções, porque ora queria ser bombeiro, no dia se­guinte polícia, taxista, ma­rinheiro, aviador, enfim! Uma panó­plia de profissões, que levou a família a achar que o ideal era ir para a Casa Pia, onde ensinavam múltiplas profissões e se podia tirar vários cursos.
Lá me le­varam até Belém, para regressar com uma desilusão, pois não havia va­gas. A não ser que.. co­nhe­cessemos o senhor Cunha. Não conheciam. Ten­­tou-se então as Oficinas de São José, afamada escola de ofícios, mas lá vem uma vez mais à baila o senhor Cunha. Seguiu-se a “Fra­ga­ta de D. Fernando”, es­cola de marinheiros que desde os doze anos (a minha idade nessa altura) ali se alistando, teriam depois passagem chegados à adolescência para a Marinha de Guerra.
Mas…então, e o senhor Cunha? Não há cunhasi­nho, não há alistamentosi­nho!...
Nunca roguei tantas pragas a alguém como fiz a es­se senhor Cunha, tão poderoso e ninguém o conhecia!
Apareceu então e por fim uma hipótese. Uma tia conhecia uma freira que disse poder internar o menino num colégio interno, na Co­va da Iria em Fátima, de no­me “Refúgio da Mãe do Céu”, onde poderia tirar um curso ou aprender uma profissão. Ainda perguntei à tia: - « E o senhor Cunha? Não é preciso?»
Uff! Não era. E então, de Rui­vães com uns mesitos em Lisboa, lá fui parar à Co­va da Iria. Foram cerca de dois anos. Ali fui muito fe­liz, aprofundei a minha educação católica mas outros interesses começaram a povoar o meu espírito, porque nem curso nem profissão. Foi-me informado que chegado aos dezoito anos, ou entrava no semi­ná­rio ou deixava o colégio. Aproveitei então uma visita da minha mãe e impuz a minha vontade de deixar o colégio.
Ao longo da minha vida me cruzaria algumas vezes com esse asqueroso senhor Cunha, mas como ninguém alguma vez me disse onde pudesse encontrá-lo, nunca lhe pude dar um murro nos queixos.
Sejam felizes.»

«João Mota Campos (1927-2021)»

 



«João Mota Campos, es­pe­cialista em Direito Comunitário e antigo Secretário de Estado da Agricultura e ministro do Governo de Sa­lazar e de Marcelo Caetano, morreu em 03 de Abril, aos 94 anos de causas naturais.
Nascido na freguesia de Rui­vães, do concelho de Vi­eira do Minho em 1927, era fi­lho de João Luís Mota Cam­­pos e Maria Irene Mota Campos. Licenciado em Direito pela Universidade de Coim­bra, doutorou-se na mes­ma área em Estras­bur­go e foi pro­fessor catedrático. Aderiu ao CDS quando o Professor Adriano Moreira li­­derava o partido, tendo-se candida­ta­do a deputado pe­lo círculo de Leiria.

(1927-2021)
O seu papel mais intenso na política foi desempenhado durante o Estado Novo, al­­tura em que se cruzou com Adriano Moreira. Entre 1960 e 1962 foi secretário de Estado da Agricultura (o mais jovem governante) e qua­se uma década depois vol­tou ao executivo para desempenhar o cargo de mi­nistro do Estado e do Plano (de 1971 a 1973). De 1968 a 1973 foi também presidente da Comissão de Planeamento da Região Norte. Até 1974, foi ain­da ministro da Agricultura e do Co­mér­cio, no Governo de Marcelo Caetano.
O seu funeral realizou-se pe­las 11h30, do dia sete de Abril com missa de corpo pre­­sente, na Igreja de São Se­­bastião da Pe­drei­ra, Lisboa. As suas cinzas, con­­for­me seu desejo, foram repartidas entre os três jazi­gos da família, em Vieira do Mi­nho, Beira Baixa e Lisboa.»