terça-feira, 1 de maio de 2018

Rebolar






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Durante o Verão, as freguesias de Villar da Veiga, parte de Ruivães e Cabril, apascentam os gados na serra do Gerez; - as de S. João da Cova, Ventosa, Caniçada, Louredo e Salamonde na serra da Cabreira, assim como os logares de Espindo e Zebral; - Soutelos, Santa Leocadia e Botica na serra do Rebolar (prolongamento da Cabreira), tendo por consócios n’essa pastagem Campos e Lamalonga (S. Vicente de Campos); estes, todos os annos no 1º domingo de maio, reunidos no sitio do Foral do Carvalhal de Santo António de Lamalonga, elegem um pastor, chamado Vaqueiro, que dá um fiador para garantia do gado que recebe e que pastoreia no Rebolar nos meses de maio, junho, julho e agosto até 20 de setembro, recebendo por cada cabeça meia raza de centeio ou milho grosso e carne de porco; - as freguesias de Barroso apascentam na serra que se estende de Sidrós ao Larouco, mas as de Parada d’Outeiro, Paradella e Pitões também no Gerez, e a ultima tem no verão a Mourella, onde deitam as vacas com crias; na serra do Gerez os gados descansam de noite em curraes, glebas cercadas de paredes que só produzem centeio; cada curral tem uma cabana, geralmente de forma redonda, para o pastor dormir e cozinhar.
Eis aqui, n’este rápido esboço, um cantão inteiro com uma economia rural bem differente da que domina no resto da provincia; se, como já dissemos, nas margens do Cávado a cultura tem bastante importância, em Barroso desce ao grau mais inferior; ahi o regime pastoril torna-se tão preponderante que sem exageros se pode dizer que a população vive sobretudo dos rebanhos, que n’hum largo período do anno se criam em montes ricos de pastagens e no uso collectivo dos visinhos.
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Texto retirado de "As villas do Norte de Portugal (III)", Alberto Sampaio, Revista de Guimarães, n.º 12, 1895, pp. 155-173. Fotografia de Fevereiro de 2012, tirada neste contexto

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Abril 2018




Apresentação com algumas das fotografias publicadas no mês de Abril.


Este mês publicamos uma série de documentos do Parlamento Português relacionados com Ruivães. Iniciamos no ano de 1823 e por agora ficamos em 1887, pois vamos fazer uma pausa nesta apresentação. Quanto aos temas principais debatidos: a extinção do concelho de Ruivães, o Combate de Ruivães, os acontecimentos da Maria da Fonte e, a Estrada Nacional 103.
Este mês fizemos alusão a três datas comemorativas: o dia nacional dos moinhos a 7 de Abril (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui); o dia internacional dos monumentos e sítios a 18 de Abril (aqui); e, o dia mundial do livro (aqui).
Na toponímia, apenas acrescentamos uma lista ao nosso mapa da freguesia: a Travessa Nossa Senhora dos Remédios na Botica.
Fotografias avulsas: hora do lanche e laranjas de Ruivães.
Vídeos: no coração da Cabreira e o Largo da Vila aqui e aqui.
Este vídeo “No Coração da Cabreira” foi gravado num final de tarde deste mês, muito produtivo ao nível fotográfico, mas que teve que ser interrompido por causa da chuva. Ainda assim, deu-nos muitas fotografias para mostrar, como estas já publicadas:  Botica, Espindo (e aqui), Vale,  Vila, Tôco.
Outra série de fotografias que nos ocupou parte do mês foi tirada num sábado à tarde no centro da Vila, e mostramos estas: Vale (e esta), Espigueiro na Picota (e este), Bugalhos, vista para a Serra.
Do que se foi passando na freguesia e pudemos registar: a feira de Abril e uma plantação de árvores na Cabreira.

Estatísticas:
Publicações mais vistas na página: primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto artigo mais visto;
Publicações mais vistas na rede social facebook: primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto artigo mais visto.

Zebral

Sr.a da Conceição

«A Páscoa na minha aldeia»






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Em Ruivães e nas aldeias da freguesia, o Compasso Pascal continua a ser vivido com o mesmo fervor de sempre. Páscoa significa a ressurreição de Cristo e a redenção do Homem. 
A Quaresma tende a ser tempo de contenção, seguindo-se, para muitos, as regras do jejum e da abstinência. Tudo é mais sentido na Semana Santa, ou «Semana Maior», que é a última da Quaresma, onde o rigor do calendário litúrgico e das regras de recolhimento são acatadas com respeito. 
Mas tudo muda no Sábado de Aleluia, quando os sinos repicam, sinalizando a alegria pela ressurreição do Salvador. No Domingo de Páscoa ou 2.ª feira, como é o caso da Aldeia de Espindo, as pessoas vestem as roupas domingueiras para ir à missa e no final receber em suas casas o Compasso Pascal. 
A Páscoa é uma das alturas do ano em que as aldeias se enchem de gente, ao acolherem os naturais que andam em diáspora e que ali revêm as famílias e revivem as tradições.
Na Páscoa, sai das igrejas e das capelas a Cruz, seguida do respetivo Compasso Pascal, que, num ritual secular, continua a merecer “porta aberta” da esmagadora maioria das famílias das aldeias do norte, neste particular da Aldeia de Espindo. 
Só que, ao contrário do que acontecia há uma ou duas décadas, já são menos os Compassos que integram um padre. A maioria é presidida por um leigo ou, na melhor das hipóteses, por um seminarista. 
“Aleluia, Aleluia, Cristo ressuscitou, Aleluia”, diz o sacerdote, enquanto asperge água benta e o mordomo assim designado (tarefa que este ano, foi dividida pelo nosso nonagenário Amadeu Santos e por mim próprio) dá a cruz a beijar, respondendo os presentes: “Cristo Ressuscitou, Aleluia, Aleluia”. 
Depois, em algumas casas, há lanche e um copo para todos. Ainda é assim na minha aldeia. 

Guilherme Gonçalves (Casa do Brás – Espindo)
2018-04-27
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Monarquia Constitucional | Corte Geraes, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portugueza (1887)






Sessões de 28 de Abril e 2 de Maio de 1887 onde era solicitada a conclusão da construção estrada que se arrastava há trinta anos.

domingo, 29 de abril de 2018